Apesar de poderem também ocorrer no sexo masculino, a maioria dos cancros da mama surgem no sexo feminino. A deteção precoce através de programas de rastreio melhora o prognóstico e, por conseguinte, a sobrevivência. Contudo, existem casos em que a doença já não se encontra localizada e se dispersou para outros órgãos. Falamos, nessa fase, de cancro da mama avançado ou metastático.
Estamos perante um cancro da mama metastático quando a doença avançou do tumor primário (que tem origem na mama) para outras partes do corpo, sendo os locais mais frequentes o osso, fígado ou pulmão. Nesta fase, a doença passa a ser crónica e, à semelhança do que acontece com outras doenças crónicas, a pessoa terá de conviver com ela e controlá-la com tratamentos. Felizmente, nesta área específica da oncologia, os tratamentos têm evoluído com novas terapêuticas que dão maior sobrevivência, ao mesmo tempo que mantêm a qualidade de vida. Este tratamento deve ser orientado por uma equipa multidisciplinar não só de médicos, mas também enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e assistentes sociais.
Há vários subtipos de cancro da mama, que diferem entre si em termos de prognóstico e tratamento. Esta situação explica os diferentes percursos da doença, por isso não se deve comparar a sua evolução entre pessoas diferentes porque cada caso é um caso. Adicionalmente, uma pequena parte o risco de cancro da mama pode estar associado a uma alteração genética transmitida de forma hereditária, sendo importante a sua deteção uma vez que existem formas de reduzir ou minimizar este risco, e ser importante para o tratamento.
O cancro da mama é uma doença frequente, sendo que uma em cada oito mulheres poderá vir a tê-la ao longo da vida. O pico de incidência é na década dos 60 anos, mas cerca de 7% dos casos ocorrem em mulheres jovens (antes dos 40 anos). Assim, o diagnóstico de cancro da mama afeta mulheres (e homens, não esquecer) em idade ativa, com impacto na vida pessoal, familiar e profissional.
Tal como em tantos outros desafios na vida, o apoio da família, dos amigos e dos próprios colegas de trabalho é fundamental. Com o cancro da mama metastático chegam dúvidas e inseguranças, desconforto físico e outras dificuldades que, no plano pessoal, podem ser minimizadas com apoio de familiares e amigos. No contexto profissional, os superiores hierárquicos e os colegas também poderão contribuir através da adaptação de horários, da alteração de objetivos e no ajuste das condições de trabalho. Assegurada esta rede de apoio nos planos pessoal e profissional, pode-se continuar a desempenhar o papel e as funções até aí desenvolvidas, na medida do possível.
Sempre que a doença o permita, e também para que se tenha uma melhor qualidade de vida e tranquilidade face ao diagnóstico, é muito importante manter um estilo de vida saudável, hábitos que passam pela ingestão de uma dieta equilibrada, pela prática de exercício físico e pelo reforço do estímulo cognitivo.
Outro ponto importante passa, também, pelo acesso à informação. Esta deve ser bem orientada e obtida junto de fontes credíveis, podendo ser necessário pedir ajuda aos profissionais de saúde. É igualmente importante o apoio das associações de doentes com cancro da mama, que disponibilizam não só informação acerca da doença, mas também direitos e ajudas disponíveis.
O isolamento é o pior aliado, por isso o conhecimento e partilha de experiências podem tornar o percurso mais fácil, mais enriquecedor e menos solitário.