É um facto que a menopausa é uma fase fisiológica da vida da mulher, mas é também verdade que as consequências a nível da pele são muitas.
Esta fica mais seca, mais sensível, mais fina, mais baça, com derrames e mais rugas. A nível histológico, há uma atrofia da epiderme, uma retificação da membrana basal epiderme-derme, com menor troca de nutrientes, diminuição do colagénio e menor suporte às estruturas vasculares. Um envelhecimento intrínseco rápido, que pode ser agravado pela exposição solar e pelos poluentes a que estamos expostos no dia-a-dia.
Não é, por isso, fácil de enfrentar e a mudança pode ser muito abrupta, num prazo de meses. A mulher constata, ao espelho, que tem rugas, manchas, flacidez, que “tudo descaiu”. É um impacto brutal na autoestima, sobretudo numa sociedade em que a imagem tem uma importância enorme e que é particularmente castigadora para as mulheres.
E se não podemos fazer o tempo voltar para trás, a boa notícia é que se antevirmos a evolução e percebermos o que está a acontecer há várias coisas que podemos minimizar e intervir.
Por exemplo, os cuidados diários com a nossa pele são mesmo fundamentais. Vamos ter que utilizar agentes de limpeza menos agressivos, reforçar a hidratação, introduzir substâncias com forte poder renovador, como os retinoides e derivados, os antioxidantes, como a vitamina C, ácido ferúlico, floretina, resveratrol entre outros; os alfa e beta hidroxiácidos, que melhoram a textura, e compensar tudo isto com substâncias hidratantes, como ceramidas, manteiga de carité, ácido hialurónico e anti-inflamatórios, como a niacinamida.
Alguns produtos têm combinações de ingredientes especialmente “desenhadas” para a fase da menopausa, tentando compensar algumas das alterações microscópicas induzidas pelas alterações hormonais da menopausa.
A dermatologia estética tem também várias técnicas de correção e melhoramento do envelhecimento cutâneo, quer seja através de peelings, injeção de bioestimuladores de colagénio, quer seja através de equipamentos laser, Radiofrequência, ultrasons ou outros, que visam promover a síntese de colagénio, melhorar a textura e diminuir a flacidez cutânea.
As mucosas também envelhecem e a mucosa vaginal não é excepção, sendo que aqui as consequências ultrapassam a questão estética e podem ser funcionais: incontinência de esforço, infeções urinárias de repetição, dispaurémia (dor durante o intercurso sexual) e prolapso vaginal.
O laser vaginal vem aplicar, nesta localização anatómica, o que nós, dermatologistas, aprendemos com a aplicação do laser no rejuvenescimento facial e correção de cicatrizes: renovar a mucosa vaginal melhora a atrofia e restitui elasticidade à mucosa e o aquecimento controlado das paredes da vagina densifica a derme e reforça as paredes da vagina, dando suporte à uretra e diminuindo a incontinência e o prolapso.
O fantástico da técnica é que não necessita de anestesia, não dói, não necessita de bloco operatório, é rápida de executar por um médico experiente e está documentada cientificamente como eficaz. Só falta mesmo ser comparticipada e as mulheres terem conhecimento que é possível corrigir estas condições médicas sem cirurgia. É uma ajuda tremenda para um assunto que é ainda tabu na sociedade portuguesa.
Nesta fase da vida, é essencialmente importante lembrar que, quando mais cedo atuar, melhor resultado se consegue, que se deve preservar o que se tem e corrigir a tempo o que se está a modificar. Temos bons produtos e bons equipamentos para ajudar. Um dermatologista experiente nesta área – dermatologia estética e corretiva – será uma boa ajuda para orientar e personalizar os cuidados a ter nesta fase tão importante da vida da mulher. Mas o mais importante é começar e não adiar!
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a ACTIVA nem espelham o seu posicionamento editorial.