Rita lembra-se perfeitamente do choque que sentiu quando, sentada no consultório da sua ginecologista, ela lhe diz com toda a calma: “A Rita já deve estar na perimenopausa.” Nem percebeu bem a palavra, ‘blablablamenopausa’. Como era possível?! Tinha 39 anos, isso era coisa lá para os 50-55, pensava ela. Não que quisesse ter filhos, pôs de parte esse desejo há uns anos, mas a ideia que tinha da menopausa não era nada positiva e coisa de mulheres bem mais velhas que ela. A mãe e a tia tinham passado horrores, palavras delas, e diziam amiúde “só espero que a tua seja mais suave”.
A ida à ginecologista tinha um propósito, há meses que o seu período andava muito irregular tanto em duração como em fluxo. Ali aproveitou para falar também nas insónias que a andavam a atormentar nos últimos meses e que faziam com que passasse muitas noites a olhar para o tecto. Já tinha contado mais ovelhas do que aquelas que existem na Nova Zelândia. A dificuldade em dormir não era do stresse, decidiu deixar de beber café depois das 16h e a ginástica passou a ser feita à hora de almoço. Nada resultou. Tomou um comprimido para dormir que uma amiga lhe deu mas não repetiu a brincadeira, pois de manhã, quando o despertador tocou, sentiu-se como se estivesse no centro da Terra a esgravatar até à superfície. Andava maldisposta, irritada… A médica ouviu a sua lista de queixas e agora diz aquilo? Perimenopausa? Nem nunca tinha ouvido tal coisa. Fez análises hormonais e as suspeitas confirmaram-se. Era oficial, aos 39 anos estava a caminho da menopausa. 

Pontos nos iii
Vamos por partes: a perimenopausa é diferente da menopausa? Sim, peri vem do grego e significa ‘à volta de’, ou seja, é a fase em que o corpo começa a fazer a transição para a menopausa, e que geralmente corresponde às maiores mudanças. Um dos primeiros sinais são os períodos irregulares. Geralmente começa entre os 40 e 50 anos, mas há mulheres em que os sintomas se iniciam aos 35. A duração também não é igual para todas, em média fica-se pelos 3-4 anos, mas há casos em que a transição demora alguns meses, e outros quase uma década, é muito variável.
Uma mulher está na menopausa quando não tem período menstrual durante 12 meses seguidos. Está oficialmente fora da corrida da reprodução, mas atenção, até passar um ano inteiro sem menstruar pode engravidar. É mais difícil, sim, porque os períodos são muito irregulares e a qualidade dos óvulos diminui bastante. Se uma mulher com 30 anos tem 20% de hipóteses de engravidar em cada ciclo, aos 45 tem cerca de 1% (com os seus próprios óvulos).

Vamos falar sobre mudança
Uma das críticas que mais se ‘ouve’ é que não se fala suficientemente desta fase da vida das mulheres, embora todas passemos por ela, com maior ou menor sintomatologia.
A escritora Lisa Selin Davis escreve numa das suas crónicas no New York Times que as mulheres de 45 anos precisam de ter ‘aquela conversa’, como se faz com os adolescentes, porque o nosso corpo nesta altura está a mudar de uma maneira que é simultaneamente esquisita e desconfortável, como na puberdade. “Os nossos médicos deviam sentar-se à nossa frente e dizer, ‘eis o que vai acontecer ao teu corpo…’. Se ao menos, por outras palavras, alguém te dissesse ‘precisas de te preparar emocionalmente e fisicamente para a meia idade’. Mas, claro, ninguém o faz.” E depois eis que ela aparece e não percebemos o que está a acontecer. A palavra ‘perimenopausa’ é tão desconhecida, continua a cronista, que o processador de texto da Microsoft não a reconhece. [Fomos confirmar e a verdade é que, na versão que temos na redação com o Windows 10, isso aconteceu, lá estava o sublinhado vermelho a indicar que não existia].
Katarina Wilk, jornalista sueca decidiu dedicar-se à escrita de um livro sobre esta fase da vida da mulher, já que se viu nela sem perceber muito bem o que estava a acontecer ao seu corpo e mente e verificou que não se falava o suficiente sobre o assunto. Com o título  ‘Perimenopower, The Ultimate Guide Through the Change’ (qualquer coisa como ‘perimenopoder: o derradeiro guia da mudança’), escreve sobre o que sentiu, da incompreensão do que se estava a passar consigo, dos problemas que teve e de como combateu todas aquelas sensações mais desagradáveis, do que resultou consigo e com as pessoas que conheceu, e do que os médicos lhe disseram para experimentar. Logo no início, a jornalista reforça a ideia de que o corpo feminino é um milagre – mais ainda se pensarmos que a partir dele nasce outro ser semelhante – e que por isso é preciso dar-lhe atenção e cuidar bem dele, especialmente nos momentos mais sensíveis da vida em que as hormonas parecem andar descontroladas: na puberdade, durante e após a gravidez e na altura em que se aproxima a menopausa. Só que esta última fase parece estar envolta num nevoeiro misterioso sobre o qual há muita renitência em falar ou, quando se fala, nunca é sob uma perspetiva positiva, é como se a vida tal como a conhecemos acabasse. 

Digam lá outra vez, senhores juízes?!
Além da negatividade associada a esta fase da vida das mulheres, há também muito preconceito, basta lembrar o caso caricato [eufemismo] que aconteceu em Portugal há uns anos, em que uma mulher com 50 anos, ao ser operada a um problema ginecológico banal, sofreu danos irreversíveis, não podendo ter mais relações sexuais sem dores lancinantes. Na primeira instância foi-lhe concedida uma indemnização de 172 mil euros, mas recorreram da sentença e um coletivo de juízes (entre 56 e 64 anos) decidiu diminuir a quantia em 61 mil euros porque, escreveram no acórdão, a mulher já tinha 50 anos, 2 filhos e estaria numa idade em que a sexualidade não tem importância. Felizmente, houve muitas pessoas que criticaram esta decisão e o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem condenou o Estado Português a pagar uma multa dado ter sido uma sentença baseada em estereótipos de género. 

A vida com outros olhos
“No mundo ocidental, é alimentada a ideia de que as mulheres devem ser jovens e bonitas e que a menopausa acaba com tudo isso, enquanto noutros países ela é encarada como uma liberdade recém-conquistada. Eu acho que devemos estar gratas por estarmos a envelhecer, porque muitas de nós, infelizmente, não irá ter essa sorte. Só estar vivo já é uma dádiva. Nunca se esqueça disso. Encontre o seu perimenopoder e sinta-se mais livre e mais bela que nunca”, escreve Katarina Wilk. 
Parece-lhe difícil acreditar que isso pode acontecer? Pense melhor! Há cada vez mais estudos que dizem que os índices de felicidade na idade adulta tem a forma de um U: começamos a sentirmo-nos insatisfeitos com a nossa vida aos 20-30 anos, atingindo a felicidade o ponto mais baixo aos 40 e tal anos. A partir dos 50, os níveis começam a subir, até aos 80. Várias pesquisas mostram também que as pessoas depois dos 50 anos sentem menos stresse e arrependimento, remoem menos quando há informações negativas e gerem melhor as suas emoções. Sentem-se melhor na sua pele. Não é de espantar então que nos últimos tempos haja cada vez mais artigos com títulos como ‘Geração Recomeçar: conheça as mulheres com mais de 50 que deram a volta às suas vidas’ ou ‘20 coisas que são melhor depois dos 50’ ou ainda ‘Porque os +50 estão a ter o sexo mais aventureiro das suas vidas’.
Está na altura de seguir as palavras de outra cronista do New York Times, a historiadora Susan Mattern, quando sugere: “E se não tivéssemos medo da menopausa? E se lhe déssemos finalmente o respeito que ela merece? A menopausa não é uma coleção de sintomas, é uma transição para uma fase da vida que tem sido decisiva para o sucesso humano, que devia ser respeitado e não abordado com medo.” 

Sintomas da perimenopausa
Katarina Wilk, jornalista sueca e autora do livro ‘Perimenopower’, lembra que as hormonas sexuais (estrogénio e progesterona) são as nossas melhores amigas já que são elas que permitem que tenhamos o período todos os meses e que o nosso corpo gere um bebé, caso um óvulo seja fertilizado. Ora se ao longos dos anos, dos vários ciclos menstruais, elas vão-se entendendo numa dança harmoniosa, vai chegar uma altura em que as duas deixam de se entender e as hormonas “começam a comportar-se como galinhas sem cabeça, a correr às voltas desnorteadas.” Eis que a perimenopausa chegou. Fique a saber quais são os principais sintomas.
• Períodos irregulares: podem ser mais longos ou mais curtos, o fluxo pode ser abundante nuns meses e ser só spotting noutro, ou mesmo não ter período durante dois meses seguidos.
• Afrontamentos e suores noturnos. 35% a 45% das mulheres sofrem de calores súbitos, que podem durar tanto uns segundos como 5-10 minutos, e ocorrem de dia ou de noite.
• Perturbações do sono: muitas vezes ligadas aos suores noturnos.
• Aumento de peso, o metabolismo torna-se mais lento, daí que seja habitual ganhar algum peso, sobretudo à volta da cintura.
• Palpitações, arritmias.
• Secura vaginal.
• Problemas de memória e de concentração.
• Mudanças de humor bruscas (maior irritabilidade, depressão, tristeza repentina…).
• Diminuição da libido.
• Dores de cabeça, nas articulações e músculos.
• Cansaço extremo, ansiedade, maior propensão para ataques de pânico.

O que se pode fazer para aliviar
. Praticar exercício físico: liberta endorfinas que nos fazem sentir bem e ajudam a dormir melhor, o que nesta fase é muito importante para interromper o círculo vicioso de: suores noturnos que perturbam o sono, se dormir mal sente-se mais em baixo, se se sente deprimida não tem vontade de cuidar de si…
. Fazer uma alimentação saudável: além de ajudar a manter o peso normal (o que também faz bem à autoestima), há alimentos (como a linhaça, por exemplo) que promovem o bem-estar e o equilíbrio do microbioma intestinal e aliviam sintomas como afrontamentos e suores noturnos.
. Evitar a cafeína, para um sono mais descansado, sobretudo a partir das 16h;
. Tomar um banho quente antes de dormir também pode ajudar a um melhor sono.
. Tomar um antidepressivo ou ansiolítico ligeiro – para diminuir a ansiedade, que pode conduzir a maior stresse e noites em branco. Não tenha receio de pedir ao médico, neste momento a sua qualidade de vida é o mais importante.
. Fazer acupunctura: alivia afrontamentos, ajuda a dormir e diminui as mudanças de humor.
. Fazer psicoterapia.
. Optar pela terapia hormonal: alivia bastante os sintomas, mas nem toda a gente pode fazê-la, sobretudo se há risco de cancro. Fale com o seu médico, procure mais do que uma opinião para o seu caso, pese os prós e os contras, a curto e a longo prazo.
. Usar lubrificantes, para tornar as relações sexuais mais satisfatórias.

É importante mudar a alimentação
Como não podia deixar de ser, também aquilo que comemos tem uma importância maior nesta fase das nossas vidas. Não só os erros alimentares têm maior impacto no organismo, porque as nossas defesas vão diminuindo, como o metabolismo desacelera, fazendo com que os quilos se acumulem mais facilmente e sejam mais difíceis de eliminar. Além disso, “as alterações hormonais redistribuem a gordura e concentram-na a nível da cintura. O normal é, sem qualquer alteração alimentar, aumentar no mínimo 4,5kg nesta fase da vida”, escrevem Mimi Spencer e Sam Rice, as autoras do livro ‘Midlife Kitchen’ (cozinha da meia-idade). Nesta obra, as autoras apresentam os alimentos mais importantes para as mulheres acima dos 40 anos, além de muitas receitas – que vão desde toppings, bebidas, snacks, sopas, doces e refeições principais – que foram criadas com alimentos que: ajudam a equilibrar hormonas e o nível do açúcar no sangue, promovem a saúde digestiva, do coração, dos ossos e articulações e reforçam a imunidade e a memória. Dentre as centenas de receitas, escolhemos algumas em que o equilíbrio hormonal era um dos pontos fortes.

Lista dos básicos
. Tenha sempre na despensa e/ou frigorífico:
• Fruta (maçãs, frutos silvestres, tâmaras, figos, citrinos, romãs);
• Vegetais (espargos, abacates, beterraba, brócolos, cenouras, malaguetas, funcho, alho, couve kale, abóbora, couve roxa, cebola roxa, pimento vermelho, espinafres, tomate, agrião);
• Leguminosas (feijão, grão, lentilhas, soja);
• Cereais, frutos secos e sementes (amêndoas, cajus, nozes, aveia, quinoa, arroz – integral, selvagem, preto -, chia, sementes de linhaça, de abóbora, sésamo, de girassol);
• Ovos, peixe (sardinhas e cavala) e iogurte;
• Ervas (manjericão, coentros, hortelã-pimenta, salsa, alecrim, aneto, sálvia);
• Especiarias (cardamomo, canela, cominhos, gengibre, estrela de anis, curcuma).

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