É triste, mas é verdade: ele pode ser a sua alma gémea, ir consigo ao hipermercado comprar ração para o Fiel, pode levá-la à aula de hip-hop e ficar dentro do carro à sua espera a fazer as palavras cruzadas, pode ir consigo ao concerto da Lady Gaga, ou mesmo do Roberto Carlos, e depois quando chegam a vias de facto… não há química.
EGOÍSTA OU INSEGURO?
Para lhe poupar más surpresas, reunimos alguns sinais inconfundíveis de que não terá um ‘especialista’ nos braços. Quanto ao primeiro sinal, as nossas cobaias foram unânimes: se ele só fala dele próprio, esqueça.
O que faz sentido: se ele nem se preocupa em ouvir o que você diz, muito menos se vai preocupar em perceber o que você quer. Se tem que lhe abanar a mão à frente dos olhos para ele perceber que existe, siga para bingo. Se ele acha que tem sempre razão, como é que vai perceber que tem de fazer algumas coisas de maneira diferente?
Segundo sinal: ele é ‘esquisitinho’. Esquisitinho como, perguntei eu. Lá me elucidaram que era ‘esquisitinho, pronto’. Tradução: vive de nariz torcido ao mundo. Ou porque a comida não tem sal, ou porque não gosta de beringelas e de certeza que aquilo tem beringelas, ou é alérgico às natas, ou não come peixe porque tinha um tio que morreu com uma espinha crivada no esófago, ou porque está muito frio, ou faz muito calor, ou o hotel é grande, ou o hotel é pequeno, enfim, nunca nada está bem. Afaste-se: estes são os inseguros típicos, que vivem de manobras de diversão. A culpa é sempre do mundo, nunca deles.
PEÇA-LHE BOLEIA
Terceiro sinal: devora a comida. Ao que parece, ser o contrário do esquisitinho também não augura nada de bom. Segundo me explicaram, ‘se devora a comida, também te vai devorar a ti’. E isso é mau? Olharam para mim como se fosse lerda, por isso percebi que devia ser aquele tipo que avança a mil à hora como se não houvesse amanhã e quando chega à estação de serviço inda nós vamos a sair do stand.
A propósito, guiar como se fosse ao volante do TGV (TGV tem volante?) também é muito mau. Está a ver a onda? Aqueles que mal entram num carro encarnam num taxista do Estado Novo, daqueles que não suportam ver ninguém à frente e qualquer aselhice que testemunhem arranca-lhes invariavelmente um resmoneado “É gaja, de certeza.”
A propósito, chamar ‘gaja’ às mulheres também é muito mau. Os ressabiados com o sexo feminino não podem, por definição, amá-lo decentemente…
FAÇA O TESTE DO BEIJINHO
Onde é que íamos? Sexto sinal: ele beija mal. Rima e é verdade. Se ele beija mal, há-de fazer tudo o resto mal, por outro lado, se ele beija bem, não é garantia que o faça bem.
Se é daqueles que não se entrega, que parece sempre que o nariz está a empatar, se parece sempre que preferia estar a jogar ténis virtual na playstation ou boxe na Wii, ou dos que vão com muita sede ao, enfim, pote, pode esquecer.
Sétimo sinal: ele não só beija mal como (uma desgraça nunca vem só) gosta pouco de o fazer. Quando está consigo, é de poucas festinhas. Festinhas é para caniches e bebés, abraços nunca deu, que é muito macho, e além disso são perigosos porque tem um tio – irmão do outro – que morreu sufocado, é verdade que não foi num abraço, mas podia ter sido, e beijinhos, só porque é suposto fazer alguma coisa antes do espectáculo começar, e mesmo assim também nunca fiando porque toda a gente sabe que se pode apanhar uma quantidade imensa de vírus mortais num só beijo, que além disso é uma coisa nojenta e cheia de cuspo. Esqueça e siga. Oitavo sinal: se ele não toma banho desde que chegámos à Índia, arranje outro navegador. Ele até pode ser fantástico na cama, mas quem é que quer tirar a prova?
QUÍMICA CONTRA A FÍSICA
Bem, nono sinal: arraste-o para o ginásio. Depois observe. Nunca vá para a cama com uma pessoa que troca o pé esquerdo pelo direito.
O último sinal é mais do que um sinal: é uma sensação, um sentimento, um, em bom português, feeling: se não se sente sexy quando está com ele, se ele não a faz sentir que se derrete, é porque há qualquer coisa que devia estar a acontecer e não está. E contra a falta de química ainda não se inventou nada. Por outro lado, se ele vai consigo ao supermercado comprar ração para o Fiel, talvez valha a pena dar-lhe uma ajudinha. Só você pode decidir se ele vale o investimento.
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