Picada de peixe-aranha
“Tem uma barbatana dorsal que se levanta quando é pisado, injectando veneno no pé”, descreve a pediatra Mário Cordeiro em ‘O Livro da Criança – De 1 a 5 Anos’. Deixa três marcas em forma de V, uma delas a sangrar. Os mais pequenos podem ficar com medo de voltar a pôr os pés na areia.
O que fazer
Espremer, o mais possível, a planta do pé nos pontos picados e aplicar um analgésico – cloreto de etilo –, que os nadadores-salvadores costumam ter.
● Na ausência de cloreto, “pode fazer chichi para um recipiente e colocar o pé dentro, porque o amoníaco também diminui a acção do veneno”, recomenda o pediatra.
● Aconselhe-os a calçar sandálias de borracha para brincarem à beira-mar.
Picada de ouriço-do-mar
Vive nas covas das rochas, injecta veneno e dezenas de picos, que ficam agarrados à pele ou espetados na carne quando se partem. A picada e a remoção dos espinhos são muito dolorosas.
O que fazer
Provavelmente, os espinhos terão de ser retirados num posto médico. O cloreto de etilo ajuda a anestesiar a dor. Certifique-se que os seus miúdos calçam sandálias de borracha para prevenir.
Picada de insectos (melgas, mosquitos, abelhas e vespas)
“As crianças são ‘tenrinhas’ e mais ‘docinhas’, e por isso são o alvo privilegiado dos mosquitos e melgas”, diz Mário Cordeiro. Quanto às abelhas e vespas, podem ser atraídas por refrigerantes, camisolas com desenhos de flores, cores garridas ou até perfumes de aroma mais adocicado e restos de comida ao ar livre.
O que fazer
● Mude a criança para outro local.
● Se o ferrão (abelhas e vespas) ainda for visível, retire-o, raspando a pele com suavidade, usando o bordo de um cartão de crédito.
● Esprema a zona afectada com suavidade para não lesar os tecidos.
● Lave com água e sabão.
● Aplique gelo para reduzir o inchaço e a dor. Se a dor for muito forte, pode dar um analgésico.
● O pediatra avisa ainda: “Em alguns casos pode ocorrer uma reacção alérgica (às picadas de melgas e mosquitos) que pode ter de ser medicada no serviço de urgência.” Alguns sinais de alarme: inchaço na cara, boca ou lábio, dificuldade em falar, engolir ou respirar, dores de barriga, náuseas e vómitos, tonturas ou desmaios.
Gastroenterite
É causada sobretudo por vírus, mas também por bactérias ou parasitas, que invadem a parede dos intestinos. Geralmente é precedida por vómitos e, por vezes, por febre. Controlar a diarreia é uma das medidas mais importantes, uma vez que, com o calor, a criança pode desidratar mais depressa.
Sinais de alarme para desidratação
Frequência respiratória aumentada, boca e outras mucosas secas, ausência de lágrimas quando chora, a pele que não volta à sua forma normal se lhe der um beliscão, perda de peso, pele fria e seca, prostração física.
O que fazer
O importante é que a criança beba tantos líquidos como os que está a perder. Dê-lhe a beber pequenas quantidades de cada vez e espaçadas, para não provocar o vómito. A alimentação só deve ser retomada quando os vómitos pararem, aconselha a equipa de especialistas em pediatria, autores do livro ‘What to Expect, The Toddler Years’. Mário Cordeiro aconselha que a reintrodução dos alimentos seja feita nas seis a doze horas seguintes. Maçã, iogurte, banana, arroz e cenoura são os alimentos aconselhados pelo pediatra, bem como uma dieta com pouco teor de gordura.
Insolações
Tem como sintomas mais visíveis uma desidratação grave (verifique se a pele ganha pregas depois de beliscada), queimaduras de pele e febre acima dos 40ºC. Também podem aparecer náuseas, vómitos, dores de cabeça, tonturas e dificuldade em respirar.
O que fazer
Deite a criança numa banheira com água fria ou cubra-a com toalhas húmidos e frias. Concentre-se em arrefecer o pescoço e cabeça. Dê-lhe líquidos a beber, se ela estiver consciente. Chame uma ambulância ou leve-a às urgências o quanto antes.
Queimaduras solares
Nunca é de mais lembrar que o protector deve ser aplicado 15 minutos antes de se expor ao sol, que é preciso renová-lo a cada duas horas… e depois de cada banho – até pode ser resistente à água, mas não o é à toalha! Evite as horas de maior calor (das 11h às 16h).
O que fazer
“Aplique-lhe compressas húmidas durante dez a 15 minutos, três a quatro vezes por dia, até a vermelhidão desaparecer”, dizem os autores de ‘What to Expect, The Toddler Years’. Aplique hidratante corporal ou spray para as queimaduras solares. Vista–lhe roupas leves, de algodão. Se as queimaduras forem graves, à dor e vermelhidão podem juntar-se bolhas, náuseas ou arrepios – chame o médico de imediato.
‘Alergia’ ao sol (lucite estival benigna)
Não é uma verdadeira alergia e antes uma reacção às radiações solares, que se manifesta por pequenas borbulhas no peito, braços e costas das mãos que causam muita comichão. Surge nos primeiros dois ou três dias de praia.
O que fazer
Evitar completamente a exposição ao sol até a erupção passar. Quem costuma ter este tipo de reacção deve começar com meia hora de exposição solar e ir aumentando gradualmente.