Um novo estudo de psicologia focado em qual será a melhor forma de agradecer oferece algumas dicas preliminares para aqueles que procuram fortalecer os seus relacionamentos românticos.
Os psicólogos responsáveis por esta investigação, publicada na revista científica “Journal of Social and Personal Relationships”, concluíram que a melhor forma de expressar gratidão é elaborar por palavras o quanto a pessoa amada respondeu às suas necessidades. Por exemplo, algo como “Não teria chegado a esta reunião a tempo se não me tivesses dado boleia até ao escritório hoje” tende a gerar uma resposta mais positiva de um parceiro tanto em laboratório como no dia-a-dia.
Independentemente do tom ou da comunicação não verbal de quem está a falar, quanto mais um “obrigado” transmitir o quanto alguém foi valorizado e incluído nos objetivos do companheiro, “mais positivamente o benfeitor verá a gratidão e o afeto no relacionamento”. Por outro lado, destacar a extensão do sacrifício de alguém – algo do estilo “Eu sei que foi um incómodo para ti levares-me ao escritório na hora de ponta” – não é tão eficaz nesse sentido.
“Estas descobertas são consistentes com a noção de que os relacionamentos românticos são de natureza comunal e que dar e receber benefícios entre parceiros é algo baseado na capacidade de resposta às necessidades um do outro”, escrevem os autores. “Ou seja, os benfeitores ficam satisfeitos ao saber que o que eles fizeram atendeu às necessidades dos seus parceiros precisamente porque o seu comportamento foi motivado por uma preocupação com o bem-estar dos seus parceiros.”
Há muito que a gratidão é celebrada como uma virtude e, nas últimas duas décadas, o acúmulo de evidências sugere que essa emoção positiva pode desempenhar um papel importante na sociedade humana. Entramos assim no território da teoria “find‐remind‐and‐bind”, que defende que as expressões de agradecimento são evolutivamente vantajosas, porque reforçam os laços entre os humanos.
Até mesmo os estudos sobre primatas indicam que ser ou estar grato é mais do que uma simples construção social. Trabalhos anteriores mostram que um chimpanzé tem uma probabilidade muito maior de partilhar comida com outro primata que o tenha ajudado no passado. Nós, humanos, não somos assim tão diferentes. Evidências correlacionais recentes sugerem que este tipo de reconhecimento é importante no crescimento pessoal e relacional, possivelmente mais do que outras emoções positivas, o que geralmente tem efeitos muito benéficos.