
Com a crise de COVID-19 a impedir a possibilidade de os solteiros procurarem romance pessoalmente, as aplicações de encontro têm prosperado.
Embora estas plataformas sejam muito associadas a sexo casual, um estudo sugere que os casais que ficam juntos depois de ‘deslizarem para a direita’ têm um relacionamento tão satisfatório quanto aqueles que se conheceram através de formas convencionais – e até podem ter mais vontade de assentar. Isto de acordo com um estudo recente, publicado na revista científica “PLOS One”.
“Descobrimos que, de certas formas, os casais que se conheceram através de aplicações de encontros têm uma formação familiar de longo prazo ou intenções de relacionamento ainda mais fortes do que outros casais que se conheceram offline, ou através de outras formas de encontros digitais”, afirmou a Dra. Gina Potarca, autora deste estudo da Universidade de Genebra.
Potarca e a sua equipa analisaram os dados de um inquérito nacionalmente representativo de 2018, conduzido pelo Escritório Federal de Estatísticas da Suíça, sendo que se focaram numa amostra de 3235 adultos que estavam numa relação e tinham conhecido o parceiro nos últimos 10 anos. Os resultados indicam que os casais que se conheceram numa app tinham mais motivação para morarem juntos do que os restantes.
“O estudo não diz se a intenção final era viverem juntos a longo ou curto prazo, mas dado que não há diferença na intenção de casar, e que o casamento ainda é uma instituição central na Suíça, alguns destes casais provavelmente veem a coabitação como um período de experiência antes do casamento”, acrescenta a investigadora.
As mulheres que conheceram os parceiros em aplicações de encontros também mencionaram querer e planear ter filhos num futuro próximo, dizem os investigadores, sublinhando que isto era mais comum neste tipo de plataformas do que nas outras formas de conhecer alguém.
Os pares que se conheceram através de aplicações estavam tão satisfeitos com a qualidade dos respetivos relacionamentos e das suas vidas quanto aqueles que se conheceram noutras circunstâncias. Por isso mesmo, Portarca afirma que “a internet está a transformar profundamente as dinâmicas de como as pessoas se conhecem”.
“Saber que as aplicações de encontros provavelmente se tornaram ainda mais populares durante os períodos de lockdown e distanciamento social de 2020, é reconfortante descartar as preocupações alarmantes sobre os efeitos a longo prazo do uso destas ferramentas”, conclui a Dra. Gina Potarca.