
Para muitos de nós, lembrarmo-nos daquilo que sonhamos é uma missão quase impossível. Mesmo quem consegue recordar sonhos passados com riqueza de detalhes, em certos dias, pode despertar com poucas ou nenhumas memórias do que sonhou. Mas porque é que isto acontece?
“Enquanto algumas teorias dão a entender que os sonhos são uma janela para o subconsciente, outras dizem que os sonhos são um resultado sem sentido da atividade que ocorre enquanto dormimos e restauramos os nossos cérebros”, diz o neurologista pediátrico Sujay Kansagra ao portal Healthline. “E se a nossa necessidade de sonhar é uma indicação de que o cérebro participa num processo restaurador, a nossa incapacidade de nos lembrarmos dos nossos sonhos pode ser simplesmente devido à classificação de informações essenciais e não essenciais durante o sono”.
Basicamente, o especialista sugere que os sonhos ocorrem quando o cérebro está a processar informações, eliminando as coisas desnecessárias e movendo memórias a curto prazo importantes para a memória a longo prazo. Portanto, as pessoas que se lembram dos sonhos podem ter uma diferença na sua capacidade de memorizar coisas em geral.
Além disso, a atividade do sonho pode ser tão real e intensa que o cérebro a esconde ou mascara, de modo a que esta não seja confundida com a vida real. E por falar em atividade, sabe-se que quem tem o sono leve tende a lembrar-se dos sonhos com mais frequência do que quem tem o sono pesado.
Um estudo publicado na revista científica Neuropsychopharmacology concluiu que quem se recorda dos sonhos exibe mais atividade cerebral no córtex pré-frontal e na junção temporo-parietal, uma área responsável por processar informações e emoções. Ou seja, estas pessoas nunca ‘desligam’ completamente e despertam mais durante a noite, o que, por sua vez, permite que o cérebro codifique e se lembre melhor dos sonhos.