À superfície, a ansiedade e a depressão parecem condições opostas: a ansiedade deixa-nos em estado de hipervigilância, inquietos e temerosos; emoções que não podem coexistir com a dormência, a fadiga e a falta de sentido características da depressão.
Porém, nem sempre é o caso.
O coach de saúde mental Ron Yap diz que gosta de pensar na depressão e na ansiedade como dois lados da mesma moeda, ou duas extremidades de um pêndulo. “Ter uma significa que é provável que mude para a outra (mas nem sempre, é claro)”, escreve nas redes sociais. Quer isto dizer que os sintomas para ambas podem coabitar — e a sensação é terrível.
O especialista partilha ainda uma publicação original da página The Depression Chronicles, um serviço de saúde mental, com seis exemplos de como é viver com depressão e ansiedade:
- Durante o dia está completamente exausta e parece impossível completar qualquer tarefa, por conta da fatiga que a depressão acarreta. À noite, fica deitada, a olhar para o teto e a preocupa-se com todas as coisas que não conseguiu fazer durante o dia.
- A ansiedade é uma recordação constante de que existem tarefas que precisam de atenção urgente e que terá problemas sérios se continuar a negligenciá-las. Por outro lado, a depressão está lá, a dizer-lhe que isso não tem importância, porque não é boa em nada.
- É importar-se com tudo e não se importar com nada ao mesmo tempo. Dois opostos extremos que puxam o respetivo lado da corda a cada minuto do dia.
- O lado da ansiedade é implacável nos lembretes sobre a sua saúde, finanças, relacionamentos, responsabilidades, trabalho, escola, objetivos, projetos e tarefas por terminar (ou que aí vêm), etc. O lado da depressão suga a motivação, fazendo com que não se importe.
- É querer participar em eventos e reuniões com a intenção de socializar, mas a depressão diz que dormir é muito mais prazeroso e que não tem energia para interagir com ninguém.
- A ansiedade diz-lhe para pensar demasiado sobre tudo e a depressão deixa-a dormente.