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O confronto com a morte é inevitável, mas há sempre muitas dúvidas na maneira de abordar o assunto com as crianças. Apesar do muito que se pode debater sobre isto, há um ponto principal que é importante ter sempre em conta: mentir nunca é a melhor solução. Conversar com a criança é o primeiro passo e esta conversa envolve honestidade, verdade, mas também uma linguagem clara que ela entenda perfeitamente. Ou seja, é importante adequar a conversa à idade da criança, mas é igualmente importante transmitir apenas a informação que a criança manifesta vontade de saber.
Evitar falar do assunto pode ser pior e pode levar a ideias erróneas criadas pela mente naturalmente fantasiosa das crianças. E isso é o que deve a todo o custo evitar. Para não haver medos que surgem, por falta de comunicação, e para não haver uma quebra de confiança entre a criança e o adulto. Deve, portanto, criar um contexto que seja seguro e onde a partilha de afetos seja fomentada, sem confundir a criança com termos metafóricos como “viagem” ou algo semelhante.
Tenha em conta que, muito provavelmente, a criança precisa repetir esta conversa várias vezes, já que, para ela, não é um assunto fechado. Ainda assim, cada criança terá a sua forma muito própria e única de viver o luto e, embora todas sejam capazes de perceber a ausência física, só a partir dos cinco, seis anos é que as crianças começam realmente a entender o significado da morte e a perceber que é algo irreversível.
Para a ajudar a estabelecer este diálogo, há livros infantis que abordam o tema. “O Pato, a Morte e a Tulipa”, de Wolf Erlbruch, “Para Onde Vamos Quando Desaparecemos?”, de Isabel Minhós Martins e Madalena Matoso ou “O Coração e a Garrafa”, de Oliver Jeffers são bons exemplos.