![](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/4/2023/09/230907_191624605_1227221671050350_802245464147051218_n-867x1080.jpg)
As relações de amor e ódio são caracterizadas por uma oscilação constante entre sentimentos intensos de afeto e hostilidade. Muitas vezes, os casais que vivem essa dinâmica podem sentir-se presos num círculo vicioso de emoções conflituantes. É importante parar e analisá-las para perceber se se trata de algo normal, ou de um indicador de algo do qual não estão cientes.
“A primeira coisa a ter em mente é que devemos entender a relação como algo que está vivo. Isso significa que, como todos os seres vivos, ela cresce, evolui, muda, transforma-se e, um dia, também morre. Ou seja, acaba”, explica a psicóloga Silvia Congost na revista “Elle España”.
Segundo a especialista, com o passar dos anos, mesmo estando bem, as coisas mudam e a relação, se mantida, amadurece. Em alguns casos, o processo é saudável e fortalecedor, aumentando a cumplicidade, a proximidade e o carinho entre os parceiros. Noutros, parece haver amadurecimento, mas o que os mantém unidos é uma série de costumes e rotinas dos quais sonham escapar, mas não têm coragem para isso. “Ficam por ali e é mais por resignação do que por uma escolha consciente e desejada”.
Relações de amor e ódio: como lidar?
Então, podemos amar e odiar alguém ao mesmo tempo? Segundo a Dra. Congost, não. De maneira nenhuma. Isto porque se sentimos raiva de alguém, é porque essa pessoa está a prejudicar-nos de alguma forma.
“Pode ser porque abdicou de algo importante para ficar com ela; porque aceitou coisas, tratamentos ou comportamentos dos quais não gosta e sabe que não deve tolerá-los; porque, no fundo, gosta dela e mantém a esperança de que ela mudará; porque não superou uma ferida que ela lhe causou”, exemplifica. “Pode ser algo que faz parte do passado e, está aparentemente superado, mas são as suas emoções que lhe dizem o que ainda causa dor e deve levá-los em consideração”.
Amar deve ser sinónimo de admirar e desejar o parceiro, bem como de sentir bondade, compaixão e proximidade. A existência de animosidade para com a pessoa que supostamente amamos é um dos indicadores mais claros de que podem existir muitas coisas na relação, exceto amor. “Talvez já tenha existido, mas o que quer que tenha acontecido fez com que esse sentimento se transformasse em algo diferente, mesmo que não tenha dado por isso”. Daí a compreensão das causas subjacentes ser tão importante para se decidir como lidar com a situação.