Durante muito tempo, perpetuou-se a ideia de que os homens eram os únicos que conseguiam adormecer imediatamente após o sexo. No entanto, parece que as coisas não são bem assim.
Um estudo publicado na revista científica “Evolutionary Behavioral Sciences”, que contou com a participação de 296 estudantes universitários (128 mulheres e 98 homens), concluiu que, afinal, elas tendem a adormecer primeiro.
“A frase ‘o sexo é o sedativo da natureza’ é usada muitas vezes para capturar a ideia de que as relações sexuais podem ter propriedades sedativas, mas não existem muitos estudos sobre esse efeito”, dizem os investigadores da Universidade do Estado de Nova Iorque em Albany, nos EUA. “Descobrimos que a sonolência após o coito foi aumentada pelo orgasmo em ambos os géneros e que as mulheres eram mais propensas a relatarem adormecer após a relação sexual”.
O motivo? Porque aumenta as hipóteses de engravidarem. Segundo a psicologia evolucionária, os humanos desenvolveram uma postura ereta e movimentos bípedes como um meio de navegar pelo ambiente de maneira eficiente e otimizada. Uma das desvantagens dessa postura é que ela coloca o sistema reprodutor feminino num ângulo para baixo em relação à gravidade. Isso não é ideal para reter esperma e, por conseguinte, maximizar as probabilidades de fecundação do óvulo pelo espermatozoide.
Para superar esse problema, os psicólogos evolucionistas dizem que a ‘posição do missionário’ tornou-se universal em todas as culturas. Além disso, argumentam que existe outro mecanismo através do qual a evolução aumentou as hipóteses de conceção: imbuir o fluido seminal com propriedades semelhantes a sedativos. Isto encoraja as mulheres a ficarem deitadas após o sexo, o que permite que mais espermatozoides sejam retidos no trato reprodutivo e aumenta ainda mais as possibilidades de procriar.