Os momentos de conflito são inevitáveis em qualquer relação amorosa. No entanto, muitos casais recorrem a um método único para se reconectarem após um desentendimento: o sexo de reconciliação.
“Como a reaproximação emocional é muito mais complicada de ser resgatada imediatamente, o lado físico da dinâmica (o sexo) acaba por ser bastante atrativo, já que é uma maneira muito mais tangível de nos sentirmos conectados, literalmente, com o parceiro”, explica a sexóloga Júlia Lima à revista “Cláudia”.
Resumindo: esta uma resposta da psique humana à ameaça que a briga representou para a estabilidade do casal. “É como se precisássemos de compensar aquele stress com prazer”.
O cinema e a televisão são os principais responsáveis pela perceção que a maioria das pessoas tem deste tipo de sexo como uma ferramenta saudável para fazer as pazes. Mas será que é mesmo assim?
Tudo depende do ponto de vista. “Se o casal conseguir resolver os problemas e, apenas depois, fazer sexo para aliviar a tensão, pode ser bastante positivo”, afirma a perita, acrescentando que o hábito pode alimentar o sistema de recompensa do cérebro, associando inconscientemente a resolução de problemas ao prazer.
Porém, se for usado como uma válvula de escape para evitar conflitos, torna-se prejudicial em vários sentidos. “Em primeiro lugar, o sexo passa ser sobre escapismo, tornando a dinâmica superficial e desprendida de qualquer desejo genuíno”, alerta a sexóloga. “Além disso, empobrece o diálogo na relação, o que, a longo prazo, poder causar um afastamento definitivo entre os parceiros”.
Para a especialista, por mais cliché que soe, o diálogo ainda é um dos principais pilares de uma relação saudável. “Sem ele, entendemos cada vez menos as questões e exigências do outro, o que nos faz entrar numa espiral egocêntrica e imatura em que, acima de tudo, procuramos apenas aliviar qualquer desconforto”.