A verdade é dura de ouvir (pronto, de ler): a grande maioria dos meus ‘amigos’ no Facebook na verdade não se interessam nadinha por mim. Pelo menos é o que conclui um estudo de Robin Dunbar, professor de psicologia evolutiva na Universidade de Oxford. Se uma pessoa tiver, digamos, 150 amigos no Facebook, apenas cerca de 14 desses ditos amigos se importariam de verdade ou estariam dispostos a ajudar se alguma coisa corresse mal com a sua vida. Conclusão do estudo: apenas 27% dos amigos do Facebook de facto são amigos verdadeiros. Ok, ele só estudou o Facebook, e já foi há uns anos. Se calhar os nossos amigos do Instagram, do TikTok ou do X são mais fiéis. Mas estou apenas a dar-vos as más notícias relativamente ao Facebook.
Quer dizer: se pensarmos bem – e os autores da pesquisa fazem notar isso mesmo –, isto também se aplica à vida real. De todos os nossos amigos reais, quem nos ajudaria em caso de apuros? Provavelmente a mesma percentagem do estudo. O que acontece com as redes sociais é que, dado os milhares de ‘amigos’ com que nos vemos de repente agraciados, somos levados a pensar que a realidade é outra…
Dito isto, as redes sociais continuam um excelente ponto de partida: use-as para descobrir quem está perto, com quem tem afinidades. Na idade madura, a tendência é para procurar amigos antigos mas há um mundo de amigos novos por conhecer. Acima de tudo, confie na sua intuição. Podemos criar espaço para uma amizade mas não podemos forçá-la. Mais do que um conhecimento, um amigo será sempre um reconhecimento. Quer se tenham conhecido no Facebook, no Tinder, na escola do filho, ou no grupo de apoio para pessoas que adoram chocolate, fazer um amigo é sempre uma outra forma de enamoramento.