
Foto Pexels/Ron Lach
Está a conversar com outra pessoa. Preste atenção à conversa:
A Eu e a outra pessoa falamos mais ou menos o mesmo, tipo debate televisivo.
B Eu quase nem a deixo falar, ou falo para aí 80% do tempo, enquanto a outra pessoa fica com o que resta enquanto eu páro para tomar fôlego.
C Eu calo-me e deixo-a falar. Há cada mulher mais chata.
Quando a outra pessoa diz alguma coisa…
A Reajo ao que ela disse e respondo qualquer coisa a propósito.
B Ignoro o que ela disse porque a verdade é que nem a ouvi, e continuo a falar de outro assunto qualquer.
C Nem respondo, porque a outra não se cala.
Quando fala algum tempo com outra pessoa (mais de meia hora):
A A conversa é animada e sinto que estou a dar e a receber.
B Acho que a conversa é animada porque me farto de falar, mas a outra pessoa tem um ar um bocado ausente e começa a responder-me por monossílabos. Eu não dou por nada e nem reparo que ela já bocejou três vezes.
C Começo a pensar em maneiras de fugir àquilo, como por exemplo dizer que me esqueci do esquentador ligado e que tenho de voltar a casa rapidamente.
Você geralmente fala…
A De tudo e mais alguma coisa. Mas também gosto de ouvir.
B Do meu chefe, dos meus filhos, do meu cão, e do meu passatempo, ou seja, coisas que para a maioria das pessoas não têm interesse nenhum.
C Hummm. A minha vida é bastante desinteressante.
Estão a discutir um assunto polémico. Você:
A Dou a minha opinião, mas não me enervo – ou tento não me enervar, o que às vezes não é fácil – com opiniões contrárias. Afinal, é isso que faz uma discussão interessante.
B Dou a minha opinião, e depois a minha opinião, e depois outra vez a minha opinião. A dos outros não me interessa. Além de que pessoas que pensam ao contrário de mim me enervam.
C É melhor estar calada, que as coisas ainda dão para o torto.
Encontrou um amigo e ele pergunta-lhe pela vida. Você:
A Dou-lhe assim as linhas gerais sem me alongar muito, e depois pergunto-lhe pela dele.
B Conto-lhe logo que tive três filhos, fui à Islândia, que a minha mãezinha foi operada a uma hérnia, descrevo a operação, digo-lhe que mudei de marido, que o meu ex era um gatuno e etc. Etc. Etc. Muitos etc.
C Não lhe digo muita coisa, porque não me lembro de nada verdadeiramente exótico para contar.
Enquanto lhe conta tudo isso, começa a notar que o seu amigo...
A olha para mim nos olhos, sorri, e faz perguntas interessadas.
B Só diz coisas do tipo ‘Ah sim?’, faz perguntas básicas que mostram apenas boa educação e não verdadeiro interesse, e quase nem olha para mim. Há gente mesmo desinteressada.
C Não mostra assim muito interesse, por isso paro de falar e pergunto pela vida dele. É um chato, mas enquanto ele fala eu penso noutras coisas.
RESULTADOS
MAIORIA A) Parabéns, você definitivamente não é uma chata! Domina a arte de conversar mas também a arte muito mais importante, e mais rara, de ouvir.
TPC: Não tem. Continue a fazer da sua vida a arte de se interessar por tudo o que acontece.
MAIORIA B) Parabéns, você não é uma chata você é uma superchata! E agora parabéns sinceros: para lhe ter dado este resultado, é porque reconheceu ser uma chata, o que não é para todos. Mas coragem: saber ouvir é bem fácil. Experimente durante um bocadinho.
TPC: Vá treinando: tente ouvir uma conversa sem dizer absolutamente nada. Comece com a mãe, um filho, um vizinho. Ouça o que lhe dizem e depois tente responder qualquer coisa a propósito, mesmo que a conversa não lhe interesse nada.
MAIORIA C) Você não é chata, é chatinha. Nem sempre os chatos são os que não se calam: quem não tem nada para dizer também enjoa.
TPC: Recupere o direito à sua voz e diga bem alto o que pensa. Ah, e fuja dos verdadeiros chaaaaaatos!