Quando pensamos em investimentos, vem-nos automaticamente à cabeça a ideia de produtos financeiros com nomes complicados, que estão apenas ao alcance de especialistas da Bolsa. Mas a verdade é que você pode aplicar bem o seu dinheiro em coisas que lhe dão prazer ou que lhe facilitam a vida no futuro.
E os melhores investimentos podem ser tão-somente um curso universitário, um seguro de saúde, a casa dos seus sonhos ou uma inscrição no ginásio.
Três mulheres, de diferentes áreas profissionais, revelam os cinco melhores investimentos que todas nós devemos fazer.
ISABEL CANHA
38 anos Directora da revista de economia ‘Exame’
1. Uma boa formação académico-profissional
Muitas mulheres garantem ter de trabalhar mais e de provarem ser mais competentes do que os seus colegas homens. As lágrimas, o peito e outras das ‘armas subtis’ de que fala Harriet Rubin, autora de ‘Princesa Maquiavel para Mulheres’, não garantem uma progressão sustentada na carreira. Assim, deverá apostar numa licenciatura, na aprendizagem contínua e na reciclagem dos conhecimentos.
2. Em si própria
Como diz o consultor Tom Peters, no novo mundo do trabalho cada um de nós empregado por conta própria ou não é dono de uma empresa e de uma marca chamada ‘Você S. A.’. Deve identificar o que a distingue da concorrência, ter uma estratégia, estar alerta para novas oportunidades, gerir a carreira como se de uma marca se tratasse, encarar a empresa empregadora como cliente e investir continuamente na sua qualificação.
3. Uma profissão estimulante
Dá-lhe realização pessoal, enriquecimento dos conhecimentos e das experiências e uma fonte de rendimento. Este último é o retorno mais valioso de todos: sem primeiro garantir a sua independência económica e financeira não pode dizer que é uma pessoa livre e independente.
4. Um plano de poupança-reforma
O envelhecimento demográfico, o aumento da esperança de vida e a consequente diminuição da população activa poderá ter como efeito indesejável a incapacidade de a segurança social garantir a reforma quando dela viermos a necessitar. O mais lógico e prudente é ter um plano B: um sistema privado que permita o aforro de dinheiro para, no futuro, garantir o rendimento de que necessita para complementar a sua reforma.
5.Clássicos do consumo
Enquanto bens que podem ser amortizados ao longo de vários anos e utilizações, alguns objectos são clássicos de qualidade inquestionável. É o caso de uma carteira Louis Vuitton, um serviço de jantar da Vista Alegre, um relógio Patek Philipe ou uma jóia da Cartier. Se somar a quantidade de bugigangas que acumula, as diversas compras que faz ao longo de uma estação para, no final, as colocar de lado porque passaram de moda, depressa verificará que mais valia apostar na qualidade em deterimento da quantidade.
SOLEDADE DUARTE
41 anos Managing partner da Invesco Transearch
1.Relações afectivas
Raramente equacionadas como ‘investimentos’, parecem-me, no entanto, os mais importantes, porque são estruturantes, têm efeitos a curto, médio e a longo prazo e são aqueles que verdadeiramente nos enriquecem. Dedicarmo-nos aos outros, da família à comunidade onde vivemos, mais do que um investimento, é um bom exercício de vida.
2.Desenvolvimento pessoal
Aprender, aprender, aprender! A aquisição de conhecimentos é o segundo investimento mais importante: cursos, viagens, livros, cinema, teatro, música. Os recursos necessários tempo e dinheiro são escassos, por isso sejam criteriosas nas escolhas.
3.Investir na perenidade
Fazer algo que perdure para além da nossa existência e que seja um contributo para um mundo melhor. Sejam os filhos que educamos, empresas com um código de conduta exigente, organizações sem fins lucrativos, contribuições para quem faz algo pelos outros (fundações, igrejas, ONG).
4.Um estilo de vida saudável
Independentemente de estarmos cobertas por um seguro de saúde e de fazermos check-up’s regulares, é fundamental adoptar um estilo de vida saudável: peso controlado, exercício físico regular, oito horas de sono, refeições saudáveis e abstenção de fumar.
5.Investimentos financeiros
Atenção aos falsos investimentos e aos que são feitos sem o apoio de profissionais! Os investimentos financeiros de longo prazo parecem-me os melhores, por poderem assegurar a independência financeira no final da vida profissional. Consultem o mercado, falem com profissionais e escolham os mais adaptados às vossas necessidades.
PAULA BOUHON
41 anos Directora da marca Dior
1.Educação moral e académica dos filhos
Para mim, não há nada mais importante que eu possa deixar aos meus filhos do que uma boa educação. É um imperativo fazer deles boas pessoas, cidadãos conscientes e úteis para a comunidade. É fundamental que estejam preparados para os desafios que se lhes possam vir a colocar.
2. Compra de casa própria
Todas nós sonhamos com a nossa casa ideal. É o nosso refúgio prazenteiro, o local que desfrutamos com aqueles de quem mais gostamos. E isso é algo que gostaria de perpetuar para os meus filhos.
3. Seguro de saúde
Por muito bom que o Serviço Nacional de Saúde seja, há sempre situações futuras que importa prevenir hoje para não ter de mais tarde remediar.
4. Plano de reforma
Independentemente dos benefícios fiscais, ou da falta deles, é sempre prudente precaver o dia de amanhã.
5. Cuidados para com a pele ao longo da vida
As pessoas, muito particularmente as mulheres, continuam a descurar os cuidados a ter com a pele. Não me refiro só à inconsciente exposição solar, mas, sobretudo, aos cuidados do dia-a-dia. O capital que constitui a nossa pele, uma vez desbaratado, nunca se voltará a recuperar.