Ao contrário de grande parte das pessoas, que vive na cidade e se refugia no campo para descansar da azáfama do dia-a-dia, Paulo Teixeira procurava uma segunda casa em Lisboa para passar os fins-de-semana. A sua outra morada fica no Belas Clube de Campo, por isso está explicada a razão. Apesar de respirar o ar puro da natureza envolvente e desfrutar da sua tranquilidade, era elementar ter uma casa no centro da capital, perto de tudo, sem que fosse necessário usar o carro para se deslocar a qualquer lugar. Este loft, em São Bento, que em tempos deu lugar ao Palácio Flor da Murta, reúne todas as condições. "A tipologia, o pequeno terraço, a localização e a garagem foram os motivos principais que me levaram a adquiri-lo. Além disso, foi um bom investimento", explica o proprietário, que, sendo economista, tem mais presente este tipo de perspectiva.
Neste pequeno apartamento, banhado pela luz natural que atravessa as grandes portas de vidro, a atmosfera é assumidamente contemporânea, evidenciada nos móveis, de linhas simples, da Habitat. "Já tinha feito um esquisso de como seria a disposição dos móveis e daquilo que queria, por isso o essencial decorei num dia", confidencia. Procurou peças simples, pouco dispendiosas, e que ao mesmo tempo fossem práticas e versáteis acima de tudo que acumulassem funções, como é o caso da mesa de jantar que faz igualmente de secretária. Embora a estante embutida na parede, junto à entrada, tenha um espaço reservado para escritório, é na mesa grande que Paulo se senta ao computador. Na cozinha, há acessórios suficientes para organizar um jantar para oito pessoas. "É uma casa muito flexível, adapta-se a qualquer ocasião", afirma Paulo, confessando, no entanto, dar pouco uso no que toca a refeições. "Não gosto de cozinhar sozinho e, além disso, sou preguiçoso…" Aos móveis adquiridos propositadamente para este loft, o proprietário adaptou outros que já possuía das suas anteriores moradas, como as cadeiras e grande parte dos objectos decorativos. Apesar do espaço limitado, faz circular peças de uma casa para a outra com regularidade, embora algumas tenham ganho lugar cativo nesta, como é o caso do espelho, à cabeceira da cama, e as ventoinhas em aço inoxidável suspensas no tecto.
No exterior, o terraço, de dimensão reduzida, com o chão revestido a teca e uma parte em relva, é um espaço agradável e convidativo a um fim de tarde soalheiro.
Apesar de confortável e acolhedora, com tudo o que é indispensável, Paulo não considera a sua casa ‘pronta’. Falta-lhe ainda acrescentar algo que represente aquilo que realmente gosta de fazer em termos artísticos: fotografia e desenho. Entretanto, já se mudou definitivamente para esta que seria à partida a sua segunda casa. A primeira está fechada. "Passo um dia em Belas e 365 aqui… se for ano bissexto", graceja.
Texto e produção Cláudia Tico
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