É um apartamento de construção recente e ocupa o último andar de um condomínio de luxo, numa pacata cidade algarvia, suficientemente longe das zonas tomadas de assalto pela construção desenfreada. Ocupa uma área de 270 metros quadrados, que se distribui por um living, três quartos, três casas de banho, um lavabo, cozinha e um hall de serviço e serve uma família que a usa como refúgio de fins-de-semana e de férias. Impunha-se, então, um certo recolhimento, necessário ao descanso, mas compatível com um quotidiano citadino onde ainda é possível fruir de uma vida saudável.
Para essa tarefa, os proprietários apoiaram-se nas decoradoras Graça e Gracinha Viterbo, responsáveis pelo projecto de decoração e arquitectura de interiores, que aliaram o lado prático com o estético. E é ao nível da arquitectura de interiores que as intervenções tiveram uma maior visibilidade.
A entrada da casa faz-se por duas zonas: através do hall de serviço à cozinha e aos quartos e pela sala, na qual foi necessário criar uma antecâmara, aproveitando um pilar existente, para permitir um filtro entre o exterior e o interior.
Criaram-se quatro zonas de estar: uma junto à lareira, com sofás baixos, o que permite uma continuidade horizontal, dois recantos de leitura com uma mistura de estilos e num registo mais clássico onde se destacam as bergères com tecidos às riscas, junto à entrada, e uma zona de jogo. A lareira, peça central de toda esta área, foi revestida a placas de bambu prensado o que permitiu a criação de duas caixas, uma de cada lado, com luz indirecta, e recebeu uma moldura de chapa martelada, um trabalho artesanal com desenho da equipa do ateliê.
Os tecidos em tons claros predominam, surpreen didos, aqui e ali, por apontamentos de cor mais intensos. Criou-se ainda uma sanca com os cortinados a correrem em toda a sua volta, em calhas, concebidos em voile de linho, que emparelham com os estores japoneses em seda e bambu, uma novidade do ateliê, num tecido especial que corta os raios solares mas deixa ver em transparências. De dimensões reduzidas, com cerca de vinte metros quadrados, a sala de jantar foi concebida na zona de transição entre a sala de estar e o acesso aos quartos. Todo o conjunto se articula de modo a usufruir uma utilização prática e eficiente, o que levou à concepção de armários, para arrumação de toda a indumentária inerente a esta divisão, à volta do espaço.
A parede, tal como as restantes da casa, levou um tratamento de monomassa, dividida por uma risca de separação e demarcada por uma camada de verniz, que corresponde às respectivas portas dos armários. De destacar as fotografias, de um conjunto de cinco, do fotógrafo Seanus Ryan, com motivos marinhos. Na suíte, nenhuma peça é indiferente ao contexto. O biombo com motivos orientais foi o ponto de partida para a decoração deste espaço generoso onde os tons dourados trazem alguma sofisticação ao ambiente.
O tecto foi forrado com papel da Pedroso & Osório e nas paredes utilizou-se o papel de parede em palha japonesa. A cabeceira da cama e as mesinhas integradas têm desenho do ateliê e receberam luz indirecta própria para leitura.
O quarto feminino foi concebido num registo completamente diferente, onde os tons alegres dos tecidos e dos objectos são reforçados pela luz abundante que entra pelas janelas, que rasgam a parede, e deixam antever uma paisagem rica em relevo e cor.
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