Quando entram na Unidade Móvel dos Médicos do Mundo, os sem-abrigo de Lisboa sabem que, provavelmente, pela primeira vez nesse dia, vão ser tratados como cidadãos. A enfermeira Maria de Fátima, 64 anos, trata-lhes as bronquites, as doenças de pele, lava-lhes os pés feridos, ouve-os desabafar, ensina-os a protegerem-se da SIDA. O seu bom humor contagiante é a alma deste projecto, ‘Noite Saudável’ do qual é coordenadora, e que só o ano passado ajudou 1532 sem-abrigo, prestando-lhes cuidados de saúde básicos. Entre eles estão centenas de imigrantes de Leste.
Durante seis dias na semana, das 20 às 24 horas, para além da enfermeira Fátima, estão na carrinha – que funciona como um consultório móvel – um médico, um voluntário da instituição e um motorista/intérprete de russo. "Somos uma família una", como salienta a nomeada.
A sua grande satisfação é vê-los recomeçar a vida, depois de um período nas ruas. "Vêem em nós a família que não têm. Fiz grandes amigos entre eles, e quando conseguem empregos, vêm ter connosco, satisfeitos, e contam onde estão a trabalhar."
Para além destes serviços, a nomeada está ainda ligada a outras acções sociais, provando a sua energia e empenhamento inesgotáveis: encaminha doentes para serviços de saúde e desenvolve acções educativas; e está envolvida nos projectos ‘Bairro Feliz’, no bairro da Quinta Nova (onde faz a prevenção de doenças como a tuberculose), no ‘Viver Saudável’, que realiza campanhas de melhoria das condições de vida dos idosos do Bairro da Picheleira e no projecto ‘Jardins Vividos’, de prevenção da doenças cardiovasculares.
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