Maria do Rosário, 46 anos, não estava preparada para as dificuldades que iria passar quando a mãe foi diagnosticada com Alzheimer há 15 anos. Passados esses anos, a nomeada conhece bem as necessidades por que muitas famílias e doentes passam. "São doentes que têm comportamentos estranhos e alterações de personalidade muito complicadas de lidar. Uma família com um doente de Alzheimer é uma família que vai ter de se readaptar."
Pragmática por natureza, Maria do Rosário tem uma visão realista do mundo e recusa-se a ficar de braços cruzados perante as adversidades. "Tem sido a nossa política concretizar objectivos em vez de dizermos que queremos isto ou aquilo. Tentamos realizar os nossos objectivos e, quando surgem problemas, o primeiro instinto é resolvê-los." E foi o que fez. Quando entrou para a associação, em 2000, a equipa era formada por apenas três funcionários. Hoje tem 35, que trabalham na sede, em Lisboa, e em várias delegações pelo País, melhorando a qualidade de vida de muitos doentes.
Criada em 1988, a Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer ajuda cerca de 2500 doentes todos os anos, através de serviços de apoio domiciliário, actividades de terapia ocupacional, centros de dia, contando com o apoio da Segurança Social, das quotas dos seus membros e de empresas laboratoriais, através de doações monetárias e medicamentos. Um dos maiores objectivos da associação é sensibilizar os políticos do nosso país a criarem um plano nacional para Alzheimer e desenvolver medidas que consigam dar resposta efectiva às cerca de 70 mil pessoas que sofrem com esta doença.