Raramente as grandes marcas gostam de atrair atenção negativa, principalmente no que toca à publicidade, num negócio onde uma boa estratégia de marketing pode beneficiar ou prejudicar a empresa. Mas este não foi o caso da marca de pronto-a-vestir GAP que, recentemente, defendeu um dos modelos da sua mais recente campanha, após ser atacado com alguns insultos raciais, em Nova York.
O anúncio mostra uma modelo abraçada ao ator e designer Waris Ahluwalia, de etnia indiana e devoto da religião Sikh. Não demorou muito até que um dos cartazes, em exibição numa estação de metro de Nova Iorque, fosse vandalizado com comentários racistas. A frase original da campanha, onde podia ler-se ‘faz amor’, foi riscada e substituída pela expressão ‘faz bombas’. “Por favor parem de conduzir taxis”, uma alusão aos taxistas de etnia asiática que trabalham em Nova Iorque, foi outro dos insultos acrescentados.
De passagem pela cidade norte-americana, o jornalista da revista The Islamic Monthly, Arsalan Iftikhar, deparou-se com os insultos escritos no cartaz publicitário. Chocado, decidiu divulgar a foto na sua conta de Twitter, demonstrando a sua indignação. O tweet chegou aos olhos e ouvidos dos responsáveis da GAP que enviaram uma mensagem a Arsalan Iftikhar, agradecendo-lhe por chamar a atenção para o facto. A marca trocou a imagem de fundo da sua conta oficial de Twitter substituindo-a pela fotografia que foi motivo de insultos.
Muitas foram as pessoas que aplaudiram o gesto, incluido a comunidade sikh e Iftkhar, que escreveu na sua conta de Twitter: “O PODER DAS REDES SOCIAIS: Racistas vandalizam o anúncio da @GAP com modelo Sikh…e a GAp responde ao mudar a sua foto do Twitter para a foto do modelo Sikh.” Uma página de Facebook foi criada exclusivamente em agradecimento à marca e a luta pela igualdade racial.
Nova Iorque é uma cidade em que mais de 37% da população é composta por imigrantes. Os ataques aos membros da religião Sikh têm sido frequentes desde os acontecimentos de 11 de setembro de 2001.