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Getty Images/Wavebreak Media

Há quem goste de muita coisa, de pouca, e de nada. Mas no Facebook gostamos principalmente que gostem de nós: e há 10 anos que somos, quase todos, em maior ou menor grau, viciados em ‘likes’. 
“Somos todos humanos e gostamos de receber atenção”, reconhece Andrew Keen, autor do livro ‘Digital Vertigo’ (Vertigem Digital). “As redes sociais são a cocaína da era digital e estamos todos viciados”, alerta Keen, que admite ser ele próprio dependente.
A palavra vício não é só uma maneira de dizer: um estudo da Universidade de Harvard mostra por que é que não conseguimos desapegar-nos do nosso ‘quintal’ e de dizer ao mundo que almoçámos esparguete com almôndegas. Para o cérebro, contar aos outros qualquer coisa sobre nós é altamente aditivo. Ou seja, dá-nos uma poderosa sensação de prazer, que aumenta conforme o tamanho da audiência. 
Isto também explica certos comportamentos estranhos, como os ladrões que postam fotos de si próprios durante o próprio ato de roubar, por exemplo, ou os adolescentes que matam e depois dizem ‘foi fantástico aparecer na CNN’. 
Ou seja, o que nos atrai não é o Facebook ele próprio: é a quantidade de oportunidades para a autopromoção que oferece, e aquilo que pode fazer aumentar a nossa autoestima: sim, há quem esteja melhor do que nós, mas também há quem esteja pior. 
“Podemos postar o que estamos a pensar, fotos nossas, dar a nossa opinião, exibir a opinião dos outros”, resume o psicólogo Hudson Brewer, da Universidade do Massachusetts Medical School, na secção ‘Vícios e recuperação’ do jornal ‘Huffington Post’. “Junte-se à receita um pouco de reforço intermitente (nunca sabemos quando virá o próximo ‘like’, que é aliás o mesmo esquema dos casinos) e temos uma fórmula imbatível.”

Podem destruir-nos… ou animar-nos a vida
Mas o que é que um simples ‘like’ pode fazer de nós? Ao que parece, seres vazios: “Muita gente não sabe estar só”, nota a psicóloga Clara Soares. “A certa altura, tornamo-nos tão públicos que não resta mais nada para partilhar, não temos nada dentro de nós que não seja uma montra, pronto a consumir. A certa altura, estamos constantemente a fazer encenações e nem sabemos bem do quê.”
A cultura dos ‘likes’ corresponde em espelho à nossa adoração por ‘reality shows’: “E depois vê-se como é que as pessoas descompensam quando saem”, nota Clara. “O síndroma do ecrã é muito descompensador, porque fora do olhar dos outros não sobra nada. Vive-se do espelho. Vive-se da adrenalina que dá, e quando a ‘droga’ acaba vem a ressaca.” 
Ou seja, estou a pôr aquilo que sou fora de mim? “Claro. Está a compensar com o olhar do outro aquilo que não sabe se está lá, como um bebé que precisa do olhar da mãe para saber quem é. O mundo funciona como a mãe, e quando o mundo retira o olhar, não somos nada, e a situação deixa de ser sustentável.”
Portanto, ficar viciado em ‘likes’ pode ser um problema. Mas atire a primeira pedra quem nunca ficou mais animada e se sentiu melhor graças a um simples ‘like’… 


Ficamos mais ou menos sós no Facebook?
As duas coisas, conforme o usamos. Ou seja: há estudos que provam as duas coisas: que o Facebook nos pode tornar mais solitários (se só andamos por lá como um fantasma a cuscar as vidas dos outros e a sentirmo-nos mal por comparação) e menos (se andamos a comentar, a partilhar, a conversar e a fazer novas amizades). Portanto, usem o Facebook… para se tornarem  mais felizes. 

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