
Foto: Reuters
Sheryl Sandberg é diretora de operações do Facebook, foi vice-presidente de vendas da Google, chefe do Departamento do Tesouro norte-americano e ainda eleita pela Forbes a 5.ª mulher mais poderosa do mundo. Sheryl juntou a sua experiência pessoal no bestseller ‘Faça Acontecer’ (Ed. Presença). Então, o que é que podemos fazer para o mundo perceber como somos geniais?
Não ponha barreiras a si própria – As mulheres têm de dar mais provas do que os homens e ter filhos continua a ser complicado. Mas também são condicionadas por barreiras que elas próprias erguem: “Refreamo-nos por não termos autoconfiança, por não levantarmos o braço e por recuarmos quando devíamos avançar”, nota Sheryl Sandberg. Ensinaram–nos que não é de bom-tom sermos frontais e poderosas, e por isso baixamos as nossas expectativas.
Descubra o que faria se não tivesse medo – e depois deite mãos à obra – “A progressão na carreira depende de se correrem riscos e de se defenderem os próprios interesses – características que as raparigas são desencorajadas a exibir”, nota Sheryl. Há tantas mulheres ambiciosas como homens. Mas ‘ser ambiciosa’ não é um elogio para uma mulher. E ainda são incentivadas a pensar no casamento antes de pensarem na carreira. É verdade, nem todas as mulheres querem ser diretoras de empresa. A questão é, quem quer, devia poder ter todas as oportunidades para isso.
Evite a ‘Síndroma do Impostor’ – Muitas mulheres sentem-se uma fraude simplesmente porque estão constantemente a subestimar-se. “As mulheres costumam considerar o seu desempenho pior do que realmente é, enquanto os homens consideram-se melhores do que são.”
Às vezes, fingir ajuda – “Nos anos 80, fui professora de aeróbica, o que implicava sorrir sem parar durante uma hora inteira. Havia dias em que o sorriso surgia de forma natural. Outros, eu estava de péssimo humor e tinha de o fingir. Mas depois de uma hora de sorriso forçado, era frequente sentir-me bem disposta.” Ou seja: sentir-se confiante – ou fingir que se sente confiante – ajuda a conseguir oportunidades.
Saiba o que vale – “Quando negociei o meu salário com o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, ele fez-me uma proposta que considerei justa. O meu marido não se cansava de me dizer para negociar, mas eu tinha medo de fazer alguma coisa que pudesse sabotar o negócio. Mas antes de dizer sim, o meu cunhado disse bruscamente: ‘Caramba, Sheryl, porque vais ganhar menos do que qualquer homem para fazer o mesmo trabalho?’” Sheryl foi à luta e conseguiu um contrato mais vantajoso.
Destaque-se e será apoiada – Peça ajuda quando precisar. Todos temos ‘mentores’ que nos ajudam a progredir. Mas as mulheres tendem a procurar pessoas que as apoiem no início da carreira, quando deviam fazer o contrário: “Temos estado a passar a mensagem errada às jovens. Temos de parar de lhes dizer ‘Arranja um mentor e destacar-te-ás’ e passar a dizer ‘Destaca-te e arranjarás um mentor’.
Seja honesta… com simpatia – Diga o que tem a dizer, mas saiba fazê-lo inteligentemente: da maneira mais simples e mais simpática. “A comunicação funciona melhor quando se combina cortesia com autenticidade e se descobre aquele ponto de equilíbrio em que as opiniões não são brutalmente francas, mas delicadamente francas.”
Peça feedback – Peça opinião a um grupo alargado de pessoas. Como é que pode tornar-se melhor? “Aprendi a começar as conversas perguntando como é que podia ajudar os outros a alcançar os objetivos deles. Foi logo diferente.”
Partilhe emoções – Com os colegas de trabalho. Já lhe aconteceu chorar no trabalho? Não está sozinha e não é grave. “Admitir o papel que as emoções desempenham e estar disposto a discuti-las faz de nós melhores gestores, parceiros e colegas. Acredito piamente que devemos trazer todo o nosso eu para o emprego.”
Faça do seu companheiro um companheiro a sério – “Não conheço uma única mulher em funções de liderança cujo companheiro não apoie incondicionalmente a carreira dela.” Escolha um homem confiante, que aguente bem o seu sucesso, e com um ego suficientemente resistente. “Procure alguém que queira uma relação de igual para igual. Uma pessoa para quem as mulheres devem ser inteligentes, com opiniões, e ambiciosas.”
Partilhe, mesmo – “Da mesma forma que as mulheres têm de ter mais poder no emprego, os homens também têm de ter mais poder em casa.” Por isso não ande sempre a criticar a forma como ele faz as coisas. Seja menos picuinhas, ensine e não critique. “Se quer que ele seja um companheiro igual, tem de tratá-lo como igual – e igualmente capaz.”
Não viva só para os filhos – “Continuo a contar as horas que passo longe dos meus filhos”, conta Sheryl, “mas sei que ninguém é capaz de fazer tudo”. Conselho: evitar a culpa de não ter deixado de trabalhar para ficar com os filhos: afinal, as crianças cuidadas exclusivamente pela mãe não têm um desenvolvimento diferente das que são cuidadas por outras pessoas. “Estudos sucessivos mostram que a pressão que a sociedade impõe às mulheres para ficarem em casa e ‘fazerem o que é melhor para as crianças’ não se baseia em nenhuma prova concreta.” O que tem importância é a relação dos pais com as crianças: são demasiado rígidos ou incentivam a intimidade emocional com os filhos?