
Photographer: Andrey Popov
Um estudo realizado pela Universidade Portucalense, no âmbito de uma tese de mestrado em psicologia, revela que 62% dos professores universitários inquiridos sofre de sintomas de burnout associado a fadiga física, 27% apresentam sintomas associados a fadiga cognitiva e 5% apresentam sinais de exaustão emocional.
Carga horária superior à recomendada, necessidade de conciliar as aulas com a investigação e orientação de alunos, acumulação de funções burocráticas ou de maior responsabilidade – como acontece com 60% dos inquiridos – ou a coordenação de um curso ou departamento da universidade (factor apontado por 42% dos docentes) são os principais factores na origem do problema.
“O burnout é considerado como um tipo de stress de carácter duradouro ligado às situações de trabalho, resultado da constante e repetitiva pressão emocional relacionada com a intensa ligação com pessoas por longos períodos de tempo”, explicam os responsáveis do estudo em comunicado.
Os dados apontam para a necessidade de rever as funções que o professor deve desempenhar dentro da instituição e a devida carga horária, e a importância de uma boa relação dos professores universitários com a liderança direta e a gestão de recursos humanos.
O estudo revela ainda que o burnout é transversal a todas as áreas: 22% dos docentes afetados por este quadro encontram-se nas ciências naturais, 24% nas ciências sociais e humanas, 22% nas ciências matemáticas e novas tecnologias e 23% nas ciências artísticas.
A autora do estudo, Ana Rita Ferreira, realizou o estudo junto de professores universitários de quatro instituições do ensino superior da cidade do Porto, três públicas e uma privada. A amostra contou com 131 inquiridos, 66% dos quais professores auxiliares, 15% professores associados, 10% professores convidados e com menor prevalência, 4% professores catedráticos.