Nos últimos anos, tem havido um boom de bebidas vegetais. Temos à nossa disposição vários sabores – desde aveia, côco, amêndoa ou mesmo caju – e podemos ir variando consoante os nossos gostos. Contudo, parece que nem tudo é um mar de rosas. Só nos EUA, o consumo do “leite” de amêndoa aumentou mais de 250% nos últimos cinco anos. E isto tem gerado graves consequências.
De acordo com uma reportagem do The Guardian, as crescentes necessidades de produção estão a ter impactos ambientais nefastos, nomeadamente no que toca às colmeias. A exploração dos pomares de amendoeiras já eliminou biliões destes insetos no espaço de meses.
“O meu terreno está atualmento cheio de caixas de abelhas vazias, que costumavam conter colmeias saudáveis“, revelou à publicação um apicultor cujo rendimento chega através do “aluguer” das suas colmeias para polinizar aquelas árvores. Agora, diz que perde mais de 30% das suas abelhas por ano. Só no inverno de 2018/19, um estudo mostrou que desapareceram cerca de 50 biliões destes insetos.
Ora, as grandes taxas de mortalidade entre as abelhas que polinizam as amendoeiras tem a ver, acredita-se, com o aumento da quantidade de pesticidas usados para a produção do fruto seco. Além disso, a polinização destas árvores é especialmente difícil para os insetos, já que têm de acordar do período de pausa invernal um ou dois meses mais cedo que o habitual.
“As abelhas estão a ser exploradas e desrespeitadas nas zonas das amendoeiras. Estão em declínio severo graças ao facto de a relação humana com elas se ter tornado tão destrutiva“, rematou Patrick Pynes, um apicultor biológico.
E se tal não bastasse, sabe-se que as amendoeiras têm uma grande pegada ecológica, já que precisam de muita água para sobreviver. Em 2014, a publicação Mother Jones revelou que, para produzir uma única amêndoa, eram necessários mais de 3 litros de água.
Já está convencida a optar por outras bebidas vegetais?