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A Netflix lançou um documentário sobre a luta de Britney Spears para se libertar da tutela legal responsável por gerir a vida e o património da cantora nos últimos 13 anos.
Realizado por Erin Lee Carr, Britney vs. Spears lança luz sobre o controlo que Jamie Spears exercia sobre a filha e torna públicas algumas iniciativas da própria artista na luta pela liberdade que nunca foram divulgadas. Durante 90 minutos, Carr e a jornalista Jenny Eliscu investigam esta jornada com base em cartas privadas, documentos e relatórios médicos confidenciais, mensagens de texto e muito mais, numa tentativa de descobrirem a verdade.
Eis as cinco maiores revelações feitas pela dupla:
O relacionamento com Adnan Ghalib
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No final de 2007, numa altura em que Britney era perseguida sem misericórdia pelos tabloides, a estrela começou a namorar com o paparazzo Adnan Ghalib. Ao falar sobre o romance volátil no documentário da Netflix, o fotógrafo revela que a cantora tomava Adderall e passava noites a fio acordada. O medicamento estimulante do sistema nervoso central faz parte do grupo das anfetaminas.
Ghalib recorda ainda um momento devastador que aconteceu no início do ano seguinte, quando a tutela foi aprovada, no qual foi pressionado a levar a namorada para casa. À chegada, o casal encontrou Jamie Spears, quatro seguranças e dois polícias à espera. “Foi aí que percebi que as coisas nunca mais seriam iguais”.
Demência apontada como razão para a tutela
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Documentos judiciais da tutela listaram “assuntos relacionados com demência” como um componente bizarro das condições de saúde de Britney. Uma fonte anónima entrou em contacto com a produção do documentário e enviou milhares de documentos confidenciais e e-mails relativos ao acordo judicial, incluindo um relatório médico de 2008 que diz que a cantora “não tem capacidade para entender ou gerir os próprios negócios financeiros sem estar sujeita a influências indevidas”.
A realizadora Erin Lee Carr e a jornalista Jenny Eliscu sublinham que é altamente incomum que a doença tenha surgido como uma razão para a tutela quando Spears tinha apenas 20 anos.“Ao mesmo tempo que este relatório estava a ser redigido, Britney já tinha regressado ao trabalho”, diz Eliscu. “Ela estava a gravar [a sitcom] ‘Foi Assim que Aconteceu’. O episódio foi para o ar dois meses depois de a tutela ter começado. Como é que alguém que tão doente estava bem o suficiente para ir trabalhar?”
Sam Lutfi nega ter drogado Britney
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Enquanto Britney estava a divorciar-se de Kevin Federline, Sam Lutfi alega ter sido agente, amigo e confidente da cantora. Perante as câmaras da Netfix, o empresário menciona um episódio em que pediu à artista que mantivesse a família por perto nessa fase difícil. “A nossa relação não é como a que tu tens com a tua família”, terá respondido a estrela pop.
Durante a criação inicial da tutela, Jamie e Lynne Spears acusaram Lutfi de ser um perigo para a filha porque este a drogava. A alegação foi usada em tribunal para dispensar o aviso prévio de cinco dias a que Britney teria direito, em circunstâncias normais, para contestar o acordo. Além de negar as acusações, o agente afirma que foi usado como o bode expiatório perfeito para impedir que a cantora contestasse a tutela.
A medicação de Britney era aumentada em dias de trabalho
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Também foi revelado que o contrato de 15 milhões de dólares que Britney assinou para ser jurada em The X Factor estava a colocar uma “pressão indevida” sobre a cantora. Apesar das avaliações médicas, o agente Larry Rudolph acreditava que tirar a cliente do programa seria igualmente mau. A equipa médica acabou por aprovar a permanência da artista no painel com diretrizes rígidas, sendo que uma delas era a presença obrigatória de Jason Trawick, então noivo da estrela, em estúdio.
Um documento médico confidencial que é citado no documentário mostra ainda que a medicação de Britney era aumentada nos dias em que esta tinha de trabalhar, com dosagens diferentes para os dias de trabalho e para os dias de descanso.
Britney tinha de pedir permissão para fazer coisas simples
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Uma avaliação médica feita a Trawick revela que o agente de talentos tinha de passar por uma série de inconveniências devido à tutela, incluindo tarefas simples para as quais Britney tinha de pedir permissão. “Por exemplo, eles queriam conduzir um carrinho de golfe dentro de um condomínio fechado, mas tinham de pedir permissão sempre que queriam ir a uma hamburgueria local”, diz o relatório. “Eles têm de pedir permissão e esperar 20 minutos ou mais por uma resposta. Se Britney precisar de algumas centenas de dólares para comprar livros para os filhos, tem de pedir e esperar alguns dias pela resposta”.