Visitei a Cidade do Rock, em Lisboa, pela primeira vez. O dia? Um dos que levou mais gente ao Parque da Bela vista (e talvez tenha sido este o meu primeiro “erro”). Anitta foi a grande atração do passado dia 26 de junho – e isso refletiu-se nas cercade 80 mil pessoas que encheram o recinto.
Quando cheguei, já era notória a enchente (que viria a aumentar pouco tempo depois). Para um verdadeiro festivaleiro, este não será um problema. Para mim, que gosto do lema “quanto menos confusão, melhor“, nem tanto. A expressão que nos compara a sardinhas em lata fez todo o sentido, no passado domingo.
Além de demorar quase 10 minutos a andar meia dúzia de metros, senti necessidade de colocar a máscara pouco depois de entrar no recinto. E o motivo principal não foi a Covid-19, mas sim a intensa poeira que o vento levantava nesse dia, que era visível a olho nu. Imaginem estar constantemente a respirar terra e a levar com uma espécie de areia nos olhos. Foi esse o cenário.
E podemos falar das filas? Há, como em qualquer festival, claro, filas para tudo. Este não é um evento apto para todos os que não aguentam muito tempo sem ir à casa de banho ou que se esquecem de levar comida. Além das filas gigantes em qualquer banca, os preços também não são para todas as carteiras.
Para assistir aos concertos de perto, também há que chegar bem cedo e não levantar o rabiosque do sítio (o que acaba por impedir-nos de conhecer tudo o que o festival tem mais para oferecer). Apesar de não ter estado assim tão perto da Anitta, não me posso queixar – assisti a um verdadeiro show (bem entaladinha no meio de não sei quantas pessoas) sem levar um único empurrão.
Mais uma vez, um verdadeiro festivaleiro não se importará com estes pormenores. Para mim, por outro lado, fizeram toda a diferença na experiência geral que foi esta estreia no Rock in Rio Lisboa.
É impossível, contudo, ignorar a magnitude do festival – lá, entramos num mundo completamente diferente e que nos permite escapar um bocadinho à realidade que vivemos fora daquele parque onde não falta música e entretenimento (e um fogo de artifício difícil de não adorar).
Na cidade do Rock, há diversão para todos os gostos e, mais do que ouvir música ao vivo, as pessoas pagam bilhete para passar tempo de qualidade entre amigos. Por tudo isto, não posso dizer que o balanço seja 100% negativo. É uma experiência para quem a quer realmente ter. E está tudo bem se não for para todos.