
Em geral, das 13,445 nomeações da Academia desde 1929, apenas 17% foram mulheres e 83% foram homens (porque há categorias que não separam os géneros). Apenas 16% de todos os vencedores nos últimos 95 anos foram mulheres. E menos de 2% das nomeações distinguiram mulheres negras.
Uma mulher foi nomeada para Melhor Realização apenas 9 vezes em toda a história dos Oscares, e só houve 3 vencedoras, as 3 em anos recentes: Kathryn Bigelow, em 2010, Chloe Zhao, em 2021, e Jane Campion, em 2022.
Geralmente os Golden Globes e os Baftas dão uma ideia das preferências mas agora isso está mais esbatido. E houve exceções. Katharine Hepburn, por exemplo, ganhou 4 Oscares e nenhum Golden Globe (Denzel Washington foi 9 vezes nomeado e ganhou duas vezes, e nunca sequer foi nomeado para um Bafta).
Os Oscares já distinguiram atrizes estrangeiras: mas é muito raro. Fernanda Torres faz parte de uma minúscula lista de nomeadas ‘estrangeiras’ para Melhor Atriz: apenas 5. As vencedoras foram ainda menos: até agora, só Sophia Loren e Marion Cottilard ganharam Oscares em filmes não falados em inglês.
A atriz mais nova a ganhar um Oscar foi Tatum O’Neal, aos 10 anos, por ‘Lua de papel’. A mais velha foi Jessica Tandy, aos 80, por ‘Driving Miss Daisy’.
As três mulheres mais Oscarizadas são: Edith Head – 8 Óscares – talvez vocês nunca tenham ouvido falar nela porque era figurinista, mas foi a mulher mais Oscarizada de sempre. A actriz que mais Oscares arrecadou (não, não foi a Meryl Streep) foi Katharine Hepburn, com 4. A atriz mais nomeada foi (agora sim, todos em coro) Meryl Streep, com umas espantosas 21 nomeações.
Por esta altura, já toda a gente sabe que Fernanda Torres e a mãe foram ambas nomeadas para o Oscar. Mas não foram a única dupla de mãe e filha: a primeira foi Judy Garland e Liza Minnelli. Ambas foram nomeadas duas vezes, e Liza Minnelli ganhou em 72, com ‘Cabaré’. Judy Garland nunca ganhou um Oscar, mas recebeu um galardão especial, o ‘Academy Juvenile Award’ em 1939, aos 17 anos, uma espécie de prémio pelos seus ‘serviços’ em prol da juventude.
Estas foram as únicas duas ‘duplas’ de mães e filhas nomeadas para Melhor Atriz, mas houve mais duplas que incluiram nomeações para Melhor Atriz Secundária. Elas incluiram Goldie Hawn e Kate Hudson, Diane Ladd e Laura Dern, Janet Leigh e Jamie Lee Curtis.
Quais foram as piores vitórias? Segundo o site collider.com, a pior foi uma ‘antepassada’ de 1937, Luise Rainer, que, sendo alemã de nascença, teve a sina ingrata de ter de interpretar uma camponesa chinesa em ‘A boa terra’. Como já pouca gente se lembra disso, o site lembra em seguida a polémica vitória de Gwyneth Platrow em 1999 com ‘Shakespeare in love’, sim, esse que ‘roubou’ o prémio à grande Fernanda Montenegro. Atores como Glenn Close disseram abertamente que Montenegro teria merecido muito mais, outros defendiam Cate Blanchett. O certo é que Paltrow nunca mais voltou ao palco dos Oscares, e quando se fala em injustiças é sempre a primeira de que nos lembramos. Aliás, se a Academia queria criar uma estrela, saiu-lhe o tiro pela culatra: a polémica foi tão grande que terá contribuído para o afastamento da própria Paltrow da carreira de atriz.
Caso vocês não saibam, Harvey Weinstein – o magnata do cinema que criou a produtora Miramax com o irmão Bob, antes de ser condenado por violação e abuso sexual – é hoje muitas vezes apontado como o ‘criador’ das campanhas de promoção dos atores e dos filmes antes dos Oscares. Foi o primeiro que ativamente perseguiu os membros votantes da academia, usando os seus contactos nos media para promover os filmes e pôr Gwyneth na capa de todas as revistas, e organizando inúmeras festas de promoção. Foi o que fez em 1999 para ‘Shakespeare in love’, estimando-se que Weinstein tenha gasto 5 milhões de dólares na campanha (não esquecer que foi também o ano de ‘Saving Private Ryan’, um dos grandes filmes americanos). A vitória do filme e de Gwyneth foi para muita gente o fim do glamour e da credibilidade do senhor dourado. Mas as campanhas criadas por Harvey Weinstein pegaram e são hoje imprescindíveis a qualquer filme ou ator que queira triunfar na noite dos Oscares.