O meu título não é original: na verdade é o título da edição inglesa, que tem muito mais graça do que a choninhice da edição portuguesa – ‘Um amor improvável’, dahhh – ou o absolutamente nada que é ‘Casamento por conveniência’ do original italiano (a sério, deve haver para aí 2 milhões de livros chamados casamento por conveniência, quem é que ia comprar um livro com esse título?)
Bem, arrumando já a minha picuinhice com títulos, devo dizer que o livro é bastante giro na área das comédias românticas, muito divertido e daqueles que nos salva a existência quando tudo nos corre mal ou o dia deu em cinzento. É como comer um bombom. Os nutricionistas dizem que comer um bombom não nos traz nada, o que é um profundíssimo disparate: às vezes um bocadinho de diversão, entretenimento puro e alegria salvam muitas vidas, como qualquer pessoa já reparou.
Então, a história também já foi contada (acho eu). O princípio é um clássico: está uma pessoa muito sossegada (e muito pobre) na sua vida quando nos morre uma avó (se possível com quem não tenhamos qualquer relação, para não haver aqui conflitos emocionais, ‘ai eu estou tão contente por estar rica o que é horrível porque gostava tanto da minha avozinha’) que nos deixa uma fortuna.
Acho que já vos falei aqui de pelo menos três livros (todos diferentes e bastante giros) com esse princípio.
Bem, morre uma avó a Jemma Pears, maquilhadora de teatro e, pronto, pobre. Problema (também há sempre um) (não, não herda uma casa com esqueletos na cave): para reclamar a herança, Jemma tem de casar com um homem ( a avó não era tão à frente que a deixasse escolher o género) com um título nobiliárquico.
O que se segue é igualmente clássico: há por aí à solta um duque convenientemente cheio de dívidas. O resultado: o duque precisa de Jemma e Jemma precisa do duque.
Continuação (adivinhem lá, que vocês conseguem, já leram isto milhões de vezes): embirram profundamente um com o outro. Mais um problema: a história descobre-se e eles arriscam serem acusados de fraude se não conseguirem manter a farsa.
E pronto. É isto. Se gostei? Gostei. O final é um bocado estranho mas já me acusaram de ser spoiler por isso não vou dizer mais nada. É uma leitura adequada para a semana em que festejámos (enfim, ou não) o Dia dos Namorados, ou para qualquer altura em que nos sintamos a precisar de um bombom.
Um amor improvável – Felicia Kinsley, Marcador, E19,90