Será que o ano de 2018 vai marcar a extinção da pele animal? Todos os sinais apontam para essa direção.
De acordo com o The Hollywood Reporter’, São Francisco tornou-se a terceira cidade na Califórnia e a maior dos Estados Unidos a banir a venda de peles, seguindo os passados de West Hollywood e de Berkeley.
A proibição entra em vigor no dia 1 de janeiro de 2019 e não engloba lojas de artigos em segunda mão ou de caridade. Contudo, abrange compras online e negócios locais, aplicando-se a todo o tipo de itens, incluindo os de pequenas dimensões como, por exemplo, porta-chaves e luvas.
Se as lojas tiverem peças neste momento no seu inventário, existe uma emenda que lhes permite vendê-las até 1 de janeiro de 2020. Qualquer pessoa que seja apanhada a violar a lei, pagará uma multa de 500 dólares (cerca de 405 euros) por peça, por dia.
As vendas de peles em São Francisco chegam aos 40 milhões de dólares por ano, o que significa que esta proibição vai, certamente, afetar a economia. Ainda assim, Katy Tang, supervisora de São Francisco e uma das líderes por detrás da iniciativa, sublinhou a importância deste avanço em declarações ao THR.
“Espero que inspire outras cidades e o país a agir. Certamente precisamos de regulamentos federais melhores no que diz respeito à criação de peles. Não há uma forma humana de criar um animal para arrancar-lhe a pele”, disse.
A indústria da moda parece estar, finalmente, a começar a dar ouvidos aos defensores dos direitos dos animais. Em dezembro passado, a Michael Kors anunciou que ia deixar de usar peles nos seus produtos, e que todas as peças feitas em couro seriam eliminadas até ao final 2018. Em outubro, a Gucci fez um anúncio semelhante e deixou oficialmente de usar a matéria com a apresentação da sua coleção para a primavera de 2018. Outros gigantes do setor que deram o passo nesse sentido incluem nomes como Calvin Klein, Ralph Lauren, Tommy Hilfiger e Armani. Isto para não falar de Stella McCartney, cuja ideologia se baseia na sustentabilidade.
Contudo, como salienta o ‘The Hollywood Reporter’, casas como a Fendi, Louis Vuitton, Saint Laurent, Chanel, Christian Dior e Tory Burch ainda continuam com a prática. Em janeiro de 2017, a PETA tornou-se acionista da LVMH Moët Hennessy, e empresa-mãe de marcas de luxo como, por exemplo, a Louis Vuitton, Fendi e Marc Jacobs, para pressionar o grupo a reconhecer o uso das peles de animais, especificamente de crocodilos exóticos. No entanto, segundo a organização não governamental, foi-lhes negada a entrada na reunião anual de executivos da LVMH, em abril de 2017, apesar da sua participação na empresa.