Há projetos originais, criativos, arrojados. E depois há projetos com alma. Pautados pela preocupação social e ambiental de deixar uma marca positiva no mundo. É o caso da marca I Was a Sari. Nascida em 2013, a I Was a Sari tinha claro desde o início que queria deixar a sua impressão digital na área da economia circular.

As roupas são lindas, mas antes de mais é importante compreender de onde nos chegam. As matérias-primas são adquiridas longe, nos mercados coloridos de Mumbai. E assim saris usados ​​e estoques mortos são transformados em produtos vendidos em todo o mundo. A metamorfose destas peças é feita por mulheres artesãs, de meios menos privilegiados, cujas vidas foram alteradas por este modelo de negócio único, que deu a muitas mulheres – e alguns homens – a possibilidade de melhorar a sua existência e de se valorizarem enquanto pessoas. Porque, como explica Consuelo Funari, irmã do fundador da marca, Stefano Funari,onde alguns veem mulheres sem instrução e sem habilidades, vemos o seu potencial para se tornarem assalariadas e líderes na sua comunidade”. É por isso que as artesãs recebem salários regulares e condições de trabalho flexíveis que lhes garantem tranquilidade e liberdade para planejar um futuro estável para suas famílias. Fora do trabalho, recebem apoio médico e financeiro, frequentam aulas de inglês e soft skills. Por meio dessa exposição, entendem o seu valor, direitos e potencial.

“Este é um projeto Mumbai meets Milan, que foi concebida em Milão e nasceu em Mumbai“, diz-nos Consuelo. “De início, quando chegámos à Índia e começámos a procurar artesãs, estas mulheres vinham acompanhadas pela sogra e o meu irmão nem se podia aproximar delas”, conta-nos, recordando-nos que esta é uma sociedade ainda muito patriarcal. “Mas depois de verem o que o rendimento que estas mulheres traziam significava para a família, passaram a compreender que era um emprego a sério e que elas estavam a contribuir para a subsistência de todos. E isso passou boca a boca e fomos ganhando a confiança da comunidade”.

“Começámos com um pequeno grupo de pessoas, eram 19 no início, e a fazer artigos simples, como bandanas. Nem imagina como era difícil ensiná-las, mas depois aprenderam e estou mesmo orgulhosa do que elas fazem atualmente. O nosso objetivo é tornar as mulheres mais confiantes e com maior autoestima, ajudá-las a descobrir tudo o que podem e são capazes de fazer. Para uma mulher casada trabalhar na Índia não é fácil, têm de lutar contra a família e precisam mesmo de apoio”, reforça Consuelo.

A sustentabilidade é também uma premissa muito importante neste projeto: “Dar nova vida a tecidos é a base do nosso trabalho. Passamos horas a selecionar os saris, a escolher o que podemos fazer com eles, porque cada um é único e única será cada peça feita por nós”. E assim nascem pijamas, vestidos, totebags, Kafkans, à venda no site da marca para todo o mundo.

Atualmente, dos 170 artesãos que dão vida à I Was a Sari, 10 dos quais são homens,57% nunca trabalhou antes, 55% mudaram-se para Mumbai de áreas rurais, 51% abandonaram a escola aos 15 anos e 36% cuidam de 3 ou mais crianças.*

Somos pequenos, mas sonhamos alto e queremos envolver cada vez mais mulheres”, assume Consuelo, que reforça a importância do apoio que desde 2018 recebem da Gucci. A marca de luxo italiano procurava uma empresa sustentável para apoiar através de um programa especial como parte do Gucci Equilibrium, a sua estratégia de 10 anos para implementar o conceito de sustentabilidade na marca. A Gucci escolheu I Was A Sari para uma parceria estratégica de três anos. A Gucci também forneceu orientação criativa para a equipe I Was A Sari. Este apoio inclui um programa especial de formação em bordado tradicional para artesãs que deu origem a uma nova linha premium de produtos I Was a Sari. Os artesãos, gerenciados pelas ONGs parceiras da I Was a Sari – Community Outreach Program e Animedh Charitable Trust – concluíram a sua formação inicial e participaram depois de um workshop adicional em 2019 no Gucci Creative Office em Roma como parte do Programa de Voluntariado Gucci Changemakers.



*Fonte: I was a Sari Impact Report 2019

**A oportunidade de entrevistar Consuelo Funari surgiu pela mão da Fillmed, que trouxe a designer a Portugal, numa ação em parceira com a I Was a Sari.

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