
O Afeganistão é o país mais repressivo do mundo no que às mulheres, raparigas e meninas diz respeito. O regime talibã, que voltou a controlar o país em 2021, nega-lhes os direitos mais básicos, da saúde à educação passando pelos próprios meios de subsistência. Tajala conseguiu fugir a este inferno e vir para um dos países mais seguros do mundo: Portugal. Ao longo da entrevista, sublinha várias vezes que uma das coisas que mais a impressiona no nosso país, para além das paisagens e do clima, é a forma gentil como os portugueses a tratam e uns aos outros. Aguentou estoicamente quase 4 horas para a produção deste artigo (com as fotos extraordinárias de João Lima e styling de Patrícia Pinto), sempre com um sorriso e com muita vontade de contar a sua história e chamar a atenção para a causa das mulheres afegãs. Venha daí conhecer a sua história de coragem e de como chegou até nós, uma aventura cheia de perigos mas com um final feliz.
“O meu pai levou-me ao aeroporto de Cabul para eu sair do país mas os talibãs tinham fechados todos os portões de acesso e havia milhares de pessoas à espera. Decidimos voltar para casa e tentar à tarde. Foi a nossa sorte porque umas horas depois, exatamente no sítio onde o meu pai e eu tínhamos estado, uma bomba explodiu fazendo centenas de mortos e feridos. Não quis lá voltar e tive de arranjar outra maneira de sair do Afeganistão”.
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