Pós-graduada pela Faculdade de Motricidade Humana, Teresa tem mais de 20 anos de experiência em exercício físico. Com este livro promete pôr-nos em forma, com mudanças na dieta e uma série de exercícios que pouco têm a ver com os tradicionais abdominais. Só precisa de motivação…
Este título deve-se ao facto de, em geral, odiarmos abdominais ou porque eles não são assim tão eficazes?
As pessoas têm a falsa convicção de que só conseguem perder gordura se fizerem abdominais. O título desmistifica uma afirmação que, sendo do conhecimento dos profissionais, não o é tanto para o público em geral. Por outro lado, os abdominais podem mesmo ser contraproducentes para determinados perfis de postura e até podem agravar condições relacionadas com a mecânica da coluna e da musculatura abdominal.
No livro propõe um programa de 5 semanas de exercícios feitos várias vezes ao dia. Requer muito esforço?
É preciso estar motivada para seguir este plano durante as 5 semanas – mesmo sendo eles tão simples; quase só é necessário saber respirar – porque são várias rotinas de exercícios que se vão acumulando ao longo das semanas. Mas são rotinas curtas (8 ou 9 minutos). O programa é flexível o suficiente para, se não conseguimos fazer a rotina de manhã, fazermos no fim do dia. As únicas que exigem um determinado horário são a primeira da manhã e a última do dia.
Quais os maiores mitos sobre perder a barriga?
As pessoas acham que quanto mais exercício fizerem e quanto mais intenso for mais se emagrece, mas o exercício melhor não é o que é necessariamente o mais intenso – e também não são os abdominais. Outro mito é achar-se que quanto menos se comer mais se emagrece.
Se no ginásio fizer o meu treino ‘cardio’ e de resistência muscular, mas fizer ‘gazeta’ aos abdominais, estou a cometer um grande erro?
Não é obrigatório incluir exercícios abdominais, desde que o programa de exercícios seja adequado ao seu perfil metabólico, biomecânico e postural. Os abdominais são músculos estabilizadores e respiratórios e estão sempre a ser solicitados nos outros exercícios.
No seu livro também fala de alimentos com ação anti-inflamatória. Como funcionam e quais devemos escolher?
Quando falamos em ação inflamatória, o objetivo é reduzirmos a retenção de líquidos. A resposta do organismo a qualquer inflamação é a formação de um edema (inchaço) e a acumulação de água nos tecidos inflamados. Os alimentos inflamatórios perturbam a permeabilidade da membrana intestinal e a absorção de nutrientes. O glúten é um dos que mais aumenta essa permeabilidade, ativando o sistema imunitário e aumentando as respostas inflamatórias. O mesmo se passa com a caseína, uma proteína dos laticínios. Mas há alimentos que ajudam a melhorar a inflamação e a desintoxicar por via hepática. Em primeiro lugar, alimentos ricos em Ómega 3, mas também açafrão, gengibre, cardo mariano (tomado em infusão), agrião, brócolos, couves de todo o género (escolha as que têm menos impacto na flatulência e inchaço), dente-de-leão e alcachofra.
É mesmo assim tão difícil perder a barriga depois de se ter um filho?
Não é difícil perder a barriga depois da gravidez – nem fazer uma gravidez em que se ganhe apenas 8kg. Foi o que aconteceu comigo. Mas antes já fazia uma alimentação anti-inflamatória e exercício. O bebé nasceu com 3,350kg e o meu peso voltou logo ao normal. O apetite aumenta durante a gravidez, mas se uma grávida fizer uma nutrição equilibrada e rica nos nutrientes certos tem muito menos aumento de apetite.