
No passado dia 11 de agosto, foi publicado um novo estudo, no Journal of Adolescent Health, que estabelece uma relação entre o uso de cigarros eletrónicos e o risco de covid-19. Investigadores da universidade de Stanford reuniram 4351 participantes, entre os 13 e os 24 anos, que responderam a um inquérito que incluía perguntas como se já tinham usado dispositivos de vaping ou cigarros normais, se os tinham usado nos últimos 30 dias, e se tinham tido sintomas de Covid-19, bem como feito o teste à doença.
Os resultados do estudo revelaram que tanto o uso de cigarros eletrónicos como dos normais, ou o combinado dos dois, estavam associados a um maior risco de infeção por Covid-19. Os investigadores constataram que os jovens que usavam cigarros eletrónicos tinham uma probabilidade 5 vezes maior de ser diagnosticados com a doença e, quando combinado com cigarros normais, esta aumentava para 7.
A investigação concluiu ainda que a realização de testes para despiste da doença eram cerca de 3 vezes mais comum nos que usavam cigarros eletrónicos, comparado com os não fumadores, e 9 vezes mais nos que fumavam ambos. Quanto aos motivos para estes resultados, não há certezas, mas os especialistas têm algumas teorias.
De acordo com a autora líder, Bonnie Halpern-Felsher, em conversa com a Health:
“Sabemos que usar cigarros eletrónicos danifica os pulmões e o sistema imunitário, portanto isso pode ser o que faz com que os jovens que os usam e estão expostos ao vírus sofram consequências mais graves da doença. Também pode ser porque os jovens partilham frequentemente os dispositivos, ou porque a dinâmica boca-mão pode facilitar a transmissão do vírus. Além disso, uma grande nuvem de fumo pode transportar o vírus, que depois é inalado profundamente para os pulmões“.