As alergias alimentares causam grandes limitações na vida das famílias.
Em 2020, em Portugal, as pessoas mais afetadas por este problema, tantas vezes imprevisível, são as mulheres (58%) e as crianças com menos de 18 anos (30%). As causas mais frequentes são os alimentos (47%), seguidos dos fármacos (37%), por isso, as cantinas escolares, os restaurantes ou o simples facto de andar na rua são motivo de preocupação para os pais de crianças que têm alergias alimentares, já que a reação provocada pelo alimento pode acontecer não só pela ingestão do mesmo, mas também por inalação ou o simples contacto com a pele.
Alimentos como os frutos de casca rija, marisco, trigo, leite de vaca e amendoim são responsáveis por 90% das reações alérgicas e podem manifestar-se através de comichão, vermelhidão, dificuldades em respirar ou até mesmo a perda de consciência e a diminuição da pressão arterial.
Qual será então a diferença entre alergia e intolerância?
Imunoalergologistas, os especialistas das alergias alimentares, esclarecem que a alergia dá-se quando as pessoas têm uma maior reação de hipersensibilidade a certo alimento do que as restantes pessoas, o que pode causar reações de anafilaxia (aumento violento da sensibilidade do organismo para um antígeno a que já foi exposto anteriormente) muito graves e, por vezes, inesperadas.
Já quem tem intolerância, normalmente, sente desconforto mas a reação não é fatal. Ou seja, quem for alérgico ao leite não pode sequer comer uma bolacha, já que esta tem propriedades lácteas, mas se a pessoa for apenas intolerante à lactose, muitas vezes, os derivados do leite não provocam tanto desconforto.
Os cuidados com as alergias alimentares deverão ser redobrados. No entanto, segundo a My Nametags, existem hábitos que podem ajudar a prevenir este problema:
Observar os rótulos com cuidado: existem muitos alimentos processados que escondem alérgenos alimentares. Já existem várias campanhas nacionais para a conscientização da importância da rotulagem dos alimentos;
Não utilizar o mesmo óleo para fritar diferentes alimentos: apesar de o óleo ser frito a altas temperaturas, o risco de contaminação, quando usamos o óleo para diferentes frituras, ainda está presente;
Não utilizar a mesma faca para o pão e para o queijo: passar um pano ou um papel não é suficiente, é obrigatório lavar a cada utilização. Um erro muito comum em restauração, que pode levar a reações alérgicas mesmo que a pessoa tenha pedido um prato sem o alimento em questão;
Não cozer os legumes todos na mesma água: para além de libertarem propriedades para a água, existem legumes que ao estarem juntos na cozedura podem provocar reações alérgicas;
Ter muito cuidado com o uso de giz, balões ou lápis de cera: pode parecer estranho mas estes objetos que muitas crianças utilizam no dia-a-dia contêm proteína do leite e por isso são desaconselhados a quem tem esta alergia;
Ter cuidado com os produtos de higiene: os cheirosos cremes de amêndoas, frutos vermelhos ou até mesmo coco podem, mesmo que em pequenas quantidades, ter as propriedades dos alimentos que provocam as reações.
Outro fator muito importante é manter todas as pessoas de contacto informadas acerca deste tema, tal como pais, avós, professores e auxiliares. Numa tentativa de minimizar os riscos do dia-a-dia, a fabricante britânica de etiquetas personalizadas criou uma coleção com os 12 principais símbolos alergénicos: lactose, ovos, peixe, animais, frutos secos, pólenes, marisco, glúten/trigo, sésamo, aipo, tremoços, sulfatos e soja.
Esta solução surge após uma parceria com a Allergy UK, principal instituição dedicada à pessoas com doenças alérgicas no Reino Unido, com vista a ajudar crianças, pais e professores a esclarecer as principais dúvidas no período de regresso às aulas e/ou começo numa nova escola, que pode ser a causa de bastante preocupação para toda a família.