Os médicos e especialistas reforçam sempre a importância do consumo de alimentos naturais, bem como de evitar os processados. Mas será que uma alimentação à base de plantas faz bem ao coração? Dois estudos publicados recentemente na revista científica Journal of the American Heart Association têm a resposta.
Cada uma das pesquisas acompanhou um grupo diferente ao longo de mais de uma década, com o objetivo de analisar o impacto deste estilo de vida na saúde cardíaca. Uma delas observou a alimentação de cerca de cinco mil jovens adultos com idades entre os 18 e os 30 anos (quando o projeto começou). Ao longo de 32 anos, os participantes fizeram vários exames e os seus regimes alimentares foram avaliados por médicos. Já a outra examinou os hábitos de mulheres na fase pós-menopausa, com idades entre os 50 e os 79 anos, durante cerca de 24 anos.
No final do primeiro trabalho, intitulado Plant-centered diet and risk of incident cardiovascular disease during young to middle adulthood, quase 300 voluntários desenvolveram doenças cardiovasculares. Contudo, os investigadores observaram que aqueles que seguiam uma alimentação à base de vegetais e uma dieta de qualidade tinham menos 52% de probabilidade de desenvolver problemas cardíacos, comparativamente aos restantes.
“Uma dieta nutricional rica e centrada em plantas é benéfica para a saúde cardiovascular, e não é necessariamente vegetariana. As pessoas podem incluir produtos de origem animal com moderação de vez em quando, como aves não fritas, peixes não fritos, ovos e laticínios com baixo teor de gordura”“, explica Yuni Choi, especialista em epidemiologia nutricional e uma das autoras do estudo.
Já no segundo estudo, intitulado Relationship between a plant-based dietary portfolio and risk of cardiovascular disease: Findings from the Women’s Health Initiative prospective cohort study, os autores tentaram perceber se as participantes que consumiam muitos legumes, grão-de-bico e frutos vermelhos, entre outros, teriam menos problemas cardiovasculares a longo prazo.
Os resultados? As voluntárias tinham uma probabilidade 11% menor de desenvolver doenças cardiovasculares; 14% menor de desenvolver doença arterial coronariana; e 17% menor de ter insuficiência cardíaca. “Os benefícios para a saúde cardíaca aparecem à medida que se vai adicionando esses alimentos na dieta”, explicou Andrea J. Glenn, a autora principal da pesquisa.
Com base nos resultados destes dois trabalhos, é evidente que incluir alimentos vegetais e mais nutritivos na dieta é uma opção saudável para o coração em qualquer idade.