O Índice de Massa Corporal (IMC) é um dos métodos mais populares para medir a composição corporal no que diz respeito à saúde. Porém, estudos indicam que não é preciso e pode ter sérias limitações na distribuição de peso, percentagem de gordura corporal e dados demográficos diferentes.
O IMC é um cálculo que estima a gordura corporal de uma pessoa ao dividir o peso em kg pela altura em metros quadrados. Os resultados são divididos em quatro categorias: baixo peso ( < 18.5); normal (18.5 – 24.9); excesso de peso (25 – 29.9); obeso (> 30). Os médicos podem usá-lo como uma ferramenta de triagem para determinar em que grupo um determinado paciente se enquadra e se este tem um risco aumentado para certas condições de saúde, como doenças cardiovasculares ou diabetes, com base nos resultados.
Embora esta seja uma maneira rápida, acessível de monitorizar a saúde de um indivíduo, a fórmula é mais adequada para informações sobre a população em geral, diz a Dra. Fatima Cody Stanford, mestre em Saúde Pública e especialista em medicina da obesidade no Hospital Massachusetts General, à publicação Insider. Ao analisar o IMC a nível individual, existem vários outros fatores a considerar que pura e simplesmente são ignorados:
Composição Corporal
Um dos principais problemas do IMC é que não consegue distinguir entre músculo e gordura. Como a massa magra é mais densa do que a gorda, muitos atletas e culturistas são considerados obesos de acordo com os padrões deste sistema, apesar de estarem no auge da saúde atlética.
Dados Demográficos
Quando o matemático e estatístico belga Lambert Adolphe Quetelet criou a fórmula no início do século 19, usou dados de corpos anglo-saxões numa população inteiramente europeia. Como tal, este nem sempre é um barómetro preciso preciso da saúde para outros grupos demográficos e raças.
Em 2020, a Dra. Stanford conduziu um estudo e descobriu que o número considerado saudável para as mulheres negras é superior àquele que surge na tabela padrão de IMC. Por exemplo, para medir o risco de diabetes, as mulheres negras estão mais perto do 33 e as caucasianas, em média, do 29. “Não é uma abordagem de tamanho único e não podemos esperar que todos precisem de ter um IMC de 25”, afirma.
Dica: a calculadora do NHS, o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, leva em conta outros fatores, incluindo a idade, o sexo, o grupo étnico e o nível de atividade, de modo a conseguir personalizar os resultados ao máximo.
Distribuição da Gordura
A localização específica da gordura é outro fator importante ao qual o IMC não se ajusta. A gordura corporal superior ao redor da barriga e a gordura visceral estão mais relacionadas com complicações de saúde como, por exemplo, doenças cardiovasculares, do que a gordura corporal inferior ao redor das coxas e região das nádegas.
Um estudo de 2017 concluiu que pessoas com o mesmo IMC podem ter perfis de risco muito diferentes para ataque cardíaco, derrame e diabetes, dependendo do estilo de vida, dieta e onde a gordura está localizada em seus corpos.