Foi lançada, no passado dia 13 de abril, uma petição pública com o intuito de promover a implementação de uma Estratégia Nacional de Combate à Endometriose e Adenomiose em Portugal. A iniciativa é da Associação Portuguesa de Apoio a Mulheres com Endometriose – MulherEndo.
Estima-se que uma em cada dez mulheres sofrem com Endometriose, que se caracteriza pela presença de tecido similar ao do endométrio fora do útero, provocando dores pélvicas crónicas incapacitantes, infertilidade, entre outros sintomas. A doença afeta todas as áreas da vida da mulher, sendo considerado um problema de saúde pública.
Neste sentido, e tendo em conta as escassas respostas do Serviço Nacional de Saúde, a petição da MulherEndo apela a mudanças mais profundas assentes nos seguintes pontos:
- Instituição de estatuto de doença crónica para pacientes com diagnóstico de Endometriose e/ou Adenomiose;
- Implementação da possibilidade de recolha de ovócitos em pacientes diagnosticadas com Endometriose;
- Criação da licença menstrual para pacientes com diagnóstico de Endometriose e/ou Adenomiose;
- Inclusão dos Progestagénios – 8.5.1.3 na lista fixada pela Portaria n.o 195-D/2015, de 30 de junho, que estabelece os grupos e subgrupos farmacoterapêuticos de medicamentos que podem ser objeto de comparticipação e os respetivos escalões de comparticipação.
- Aprovação de recomendação ao Ministério da Saúde para a criação de uma comissão de trabalho relativa a esta patologia.
A petição conta atualmente com mais de 7.000 assinaturas, tendo como primeiros signatários profissionais de saúde com relevância no panorama nacional e internacional, como o Dr. António Setúbal – Director de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital da Luz Lisboa, o Professor Doutor Hélder Ferreira – Coordenador do Centro de Cirurgia Minimamente Invasiva e Endometriose do Centro Hospitalar do Porto, a Dra. Fátima Faustino – Coordenadora do Serviço de Ginecologia/Obstetricia e do Centro de Tratamento de Endometriose do Hospital Lusíadas Lisboa e ainda Raquel Prates, uma das figuras públicas que tem dado a cara pela divulgação desta doença.
Neste momento, a MulherEndo aguarda o agendamento de audiências com os partidos políticos com assento parlamentar, para apresentação destas ideias de forma mais detalhada antes do envio da petição ao Parlamento para discussão, na expectativa de poder fazer a diferença na vida e na saúde de tantas mulheres.
Conhecer o documento final desta petição e assinar AQUI.