Um estudo confirmou aquilo que muitas mulheres sabem desde o início dos tempos: a tensão pré-menstrual (TPM) é um problema de saúde pública. A conclusão é de um estudo publicado esta terça-feira, 6 de setembro, na revista científica Archives of Women’s Health.
Um grupo de investigadores das Universidades da Virginia e Johns Hopkins, ambas nos Estados Unidos, falou com 238 mil voluntárias, oriundas de 140 países diferentes, que utilizam a aplicação Flo para monitorizar os sintomas do ciclo menstrual. O objetivo era determinar o quão prevalentes e debilitantes são os sintomas da TPM.
O conjunto de sensações afeta negativamente a vida de tantas mulheres no mundo que os autores dizem que pode ser considerado um problema de saúde pública. Para começar, quase todas as inquiridas (85,28%) relataram ter sintomas de TPM, incluindo fatiga, ansiedade e mudanças de humor. Já 34.84% afirmaram que os sintomas, por vezes, interferiam com o seu quotidiano, enquanto 28,61% admitiram que o problema interferia nas suas atividades diárias ao longo de todo o ciclo menstrual.
“A incidência de sintomas de humor e ansiedade pré-menstrual relatados variou significativamente consoante o país, de um mínimo de 35,1% no Congo a um máximo de 68,6% no Egito”, disse Jennifer Payne, autora sénior, ao portal EurekAlert. “Compreender se diferenças na biologia ou na cultura estão subjacentes às taxas de nível por país será uma direção importante a seguir em futuras pesquisas”.
Payne espera que a magnitude deste estudo não seja ignorada pela comunidade científica e que as conclusões levem os profissionais de saúde a tornarem-se mais diligentes no tratamento de condições que, geralmente, são conhecidas como “problemas de mulheres”, levando-as mais a sério.