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Mary Elizabeth Truss foi eleita a primeira-ministra do Reino Unido esta segunda-feira, 5 de setembro, tornando-se a terceira mulher a comandar o país.
A pioneira foi Margaret Thatcher, conhecida como a “dama de ferro”, que exerceu funções entre 1979 e 1990. Foi a líder que permaneceu mais tempo no poder durante o século XX. A segunda política a chefiar um governo britânico foi Theresa May, cujo mandato durou de 2016 a 2019, tendo renunciado após o fracasso em conduzir um acordo para o Brexit.
Aos 47 anos, Liz Truss passou por diversos cargos em governos de colegas do Partido Conservador. Com David Cameron (2010-2016), estava à frente do Ambiente. Com Theresa May, chefiou as pastas da Justiça e do Tesouro. Com Boris Johnson (2019-2022), foi secretária do Comércio Internacional e, desde o ano passado, ocupava a função de secretária das Relações Exteriores.
Agora, prepara-se para suceder oficialmente a Johnson no dia 6 de setembro, depois de ter saído vitoriosa no confronto direto com o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak, com 57,4% dos votos.
Eis 10 coisas que deve saber esta figura, cujo percurso é marcado pelas reações mistas dos concidadãos.
- Mary Elizabeth Truss, conhecida como Liz Truss, nasceu em Oxford no dia 26 de julho de 1975. É filha de um professor de matemática e de uma enfermeira;
- Cresceu na Escócia, e depois em Leeds, no norte da Inglaterra. Frequentou uma escola pública, algo que a diferencia dos muitos colegas conservadores que estudaram em instituições privadas;
- Viveu no Canadá, durante um ano, antes de se licenciar em Filosofia, Política e Economia na Universidade de Oxford em 1996. Foi presidente do ramo universitário do Partido Liberal Democrata;
- Trabalhou como economista nas empresas Shell e Cable and Wireless, bem como num think tank de centro-direita enquanto se envolvia na política conservadora e defendia as visões thatcheristas do mercado livre;
- É casada com o contabilista Hugh O’Leary, com quem tem duas filhas adolescentes;
- Ocupou o cargo de conselheira local em Londres e concorreu ao Parlamento em duas ocasiões, sem sucesso, antes de ser eleita representante no Parlamento do sudoeste de Norfolk em 2010;
- É coautora de “Britannia Unchained” (2012), um livro de parlamentares conservadores recém-eleitos, lançado como um alerta para a baixa produtividade da Grã-Bretanha. No papel, classificou os trabalhadores do Reino Unido como estando “entre os piores ociosos do mundo” e criticou os jovens por estarem “mais interessados em futebol e música pop” do que os seus colegas indianos;
- Foi nomeada para o Gabinete do primeiro-ministro David Cameron como Secretária de Estado do Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais na remodelação do gabinete em 2014;
- Durante a campanha eleitoral, prometeu reduzir os impostos e manter o firme apoio da Grã-Bretanha à Ucrânia. É provável que a Truss priorize a questão do aumento dos preços da energia, como prometido anteriormente;
- Provou ser camaleónica ao longo da carreira. Exemplo disso é que em 2014, durante a campanha do Brexit, defendeu o “não”, pela permanência na União Europeia. Quando o “sim” venceu, mudou de ideias e defendeu que seria uma oportunidade para “mudar a forma como as coisas funcionam”.
Com sabedoria, também manteve as mãos limpas durante o golpe final para o governo de Boris Johnson, recusando-se a criticar o chefe do executivo abertamente. Porém, conseguiu evitar ser vista como um elemento do círculo interno do seu antecessor.