Queridas leitoras – e leitores – no dia de hoje, 14 de Março de 2024, esta é a única notícia nova que vão ler neste site. Hoje não vos contamos nada sobre as mulheres que vale a pena conhecer, aquilo que se passa no mundo, o que comer para sermos mais fortes, doenças que não queremos ter, a moda que vale a pena seguir, a última novidade em cosmética, o livro que não pode deixar de ler ou como educar uma geração que pense pela sua cabeça.
Hoje a notícia somos nós, jornalistas. Nós que damos o nosso melhor para animar os vossos dias, para partilhar convosco aquilo que descobrimos e que pode ajudar-nos a viver melhor e mais informadas.
Nós que também temos uma vida, também temos despesas, e que precisamos de melhores condições e melhores salários para merecer todos os dias a vossa atenção. Muitos de nós trabalhamos por sentido de missão, mas o sentido de missão não nos paga as contas ao fim do mês.
É por isso que hoje estamos em greve pela primeira vez na história da ACTIVA. Nós e todos os jornalistas de Portugal.
Principais problemas: precariedade, falta de condições e salários baixos
Aquilo por que lutamos (entre muitos outros problemas):
– Aumento de salários – Muitos jornalistas ganham salários indignos e remunerações que não dão para sobreviver, sem esquecer os freelancers.
– Garantia de um salário digno à entrada na profissão e progressão regular na carreira – Há quem nunca tenha sido aumentado em 20 anos de jornalismo.
– Condições de trabalho dignas – Como por exemplo a remuneração por horas extraordinárias, trabalho noturno e em fins de semana e feriados.
– Vínculos laborais estáveis – Que permitam ao jornalista sentir-se seguro e saber com o que conta.
– Uma comunicação social livre e independente ao serviço de todos.
Um jornalista que não consegue sobreviver da sua profissão não consegue realizar decentemente o seu trabalho. E quando lutamos por nós, estamos a lutar pelo direito de todos os portugueses de serem informados livremente. Este ano, em que se completam 50 anos do 25 de Abril, todos os jornalistas de Portugal se juntam para, por uma vez na vida, falarem de si próprios.
Resta acrescentar que o jornalismo é uma profissão cada vez mais praticada por mulheres. Exatamente há uma semana, celebrámos o Dia Internacional da Mulher. Mas a celebração também passa pela reivindicação. Hoje que estamos em greve, celebramos novamente o Dia da Mulher. É por isso que vos pedimos a vocês, que nos acompanham todos os dias, que nos apoiem e que estejam connosco numa luta que também é vossa.
Quem quiser estar fisicamente presente:
Lisboa
Largo Camões, 18H
Porto
Praça General Humberto Delgado, 12H
Coimbra
Praça 8 de Maio, 09H
Faro
Doca de Faro, 15H
Ponta Delgada
Jardim Antero de Quental, 12H