Mulheres entre os 25 e os 30 anos, a trabalhar no setor dos serviços, com vida ativa e uma história antiga de uso de óculos: é assim que Nuno Campos, oftalmologista e diretor clínico da Microcular – British Hospital L.XXI, define o perfil do seu paciente típico para uma cirurgia Lasic. "A técnica é usada para corrigir casos de miopia, hipermetropia e astigmatismo. A presbiopia [vulgo ‘vista cansada’] ainda está numa fase muito experimental para ser tratada com laser em larga escala." O clínico responde às questões mais frequentes sobre este método.
Quem pode fazer. "Maiores de idade – ou menores com autorização paterna -, com uma refração (graduação) estável nos últimos dois anos." Mas o Lasic só é eficaz entre as duas e as 7,50 dioptrias, no caso da miopia; entre as duas e as 4,50/5 na hipermetropia e até três dioptrias, no astigmatismo.
Existe limite de idade? "Não, existe limite de bom senso. Já operei pessoas de 55 ou 60 anos, que usaram óculos toda a vida e que decidem fazer a cirurgia. Os míopes dessa idade vão continuar a usar óculos para ler ou ver ao perto (presbiopia). Um paciente muito idoso é desaconselhado a fazer cirurgia refrativa. Um ano depois, pode aparecer-lhe uma catarata…"
O que acontece na cirurgia: Antes, o paciente é observado pelo oftalmologista para despistar possíveis patologias, como cataratas, diabetes ou glaucoma. Depois, são feitos exames complementares, como a topografia da córnea ou pupilometria. "A cirurgia em si é muito simples, feita com anestesia local (aplicada em gotas) e demora dez ou 15 minutos. É aberto um flap na córnea (uma espécie de ‘tampa’ que é levantada, como nas latas de conserva), o laser incide sobre essa área que, no fim, é coberta pela ‘tampa’. Não leva pontos; o paciente vai logo para casa."
Quanto tempo depois começo a ver bem? "No dia seguinte, a pessoa tem entre 75 e 80% da visão definitiva e, uma semana depois, 90%. A visão a 100% só se estabelece seis meses depois. No dia da operação, o paciente vê mal e tem a sensação de corpo estranho no olho. Devem vir acompanhados e não podem conduzir. Nos casos de hipermetropia, a recuperação é mais lenta, mas ao fim de três dias as pessoas podem ir trabalhar."
O que pode correr mal? "Se o doente é completamente estudado e obedece aos critérios para a cirurgia, normalmente nada. Mas como em todos os procedimentos, podem ocorrer pequenas infeções ou atrasos na cicatrização. A maior complicação que pode existir é o paciente continuar a ter que usar óculos. Entre três e 5% dos operados podem ficar com uma graduação residual. Após a estabilização, ao fim de seis meses, pode fazer-se um reacerto com cirurgia laser."
Quanto custa:
Entre os dois mil e os 2200 (por olho), que incluem cirurgia, exames e seguimento médico. O número de cirurgias subiu, mas as seguradoras são cada vez mais restritivas na sua comparticipação, diz o oftalmologista Nuno Campos
** Este artigo foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico **
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