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Getty Images/iStockphoto

Começamos pela pergunta que todas as mulheres fazem: afinal, qual é o segredo para uma dieta resultar? “O plano alimentar deverá ser muito personalizado, ou seja, deverá estar de acordo com o metabolismo, com a genética, com o envolvimento e com as preferências de cada pessoa”, afirma Teresa Branco. Ou seja, se o seu plano envolver uma data e alimentos que não pode ver nem pintados ou exigir de si uma força de vontade sobre-humana, provavelmente não vai funcionar…

O que é importante para começar uma dieta? “Penso que uma dieta pode ser feita por todas as pessoas que o desejarem”, defende Teresa. “Ou seja, a motivação é o ingrediente principal. Não vale a pena incentivar alguém a mudar os seus hábitos, mesmo que essa pessoa esteja em risco, se ela não estiver motivada. Assim, as pessoas que devem fazer dieta são aquelas que estão preparadas para a fazer, caso contrário o insucesso é garantido.”

Mas se quer mesmo perder peso, prepare-se para suar: é preciso fazer exercício, e a sério. “O exercício na perda do peso não só é necessário, como fundamental”, explica Teresa Branco. “As pessoas que perdem peso sem fazer exercício perdem mais massa muscular e na maioria das vezes não melhoram significativamente a sua saúde. Um exemplo disso são os resultados obtidos através de alguns estudos, que demonstraram o seguinte: as pessoas que perdem peso através de cirurgia não diminuem significativamente o risco de virem a desenvolver diabetes, enquanto as pessoas que perdem a mesma quantidade de quilos com atividade física e dieta, diminuem substancialmente o risco de vir a desenvolver diabetes.”

O tipo de exercício também conta

Que tipo de exercício é o mais adequado? “Se quer perder peso, aposte naquele que promove grande dispêndio energético: corrida, caminhada rápida em plano inclinado ou exercícios  funcionais que utilizam o peso do próprio corpo e que elevam consideravelmente a frequência cardíaca”. Ah, mas vai mesmo ter de se esforçar, senão será o equivalente a ir ao Centro Comercial à hora de almoço ver montras:  “É necessário fazer exercício com intensidade. O exercício leve não promove grandes alterações no peso corporal.”

Problema: muitas dietas não funcionam. O que é que anda a sabotá-las? “O que mais sabota as dietas é o facto de estas não serem adaptadas à pessoa”, nota Teresa. “Para além disso, uma vida sem rotinas também contribui para o insucesso, uma vez que as tentações são muito maiores. Muitas vezes, a família e os amigos também não facilitam. Geralmente têm pena de quem está em privação, e tentam compensá-lo com alimentos muito saborosos.”

Para ultrapassar todas estas barreiras é preciso querer mesmo perder peso. “Quando estamos francamente motivados, conseguimos ultrapassar todas estas barreiras. É importante que exista uma motivação interior. Não vale a pena tentarmos perder peso para agradar a alguém porque o sacrifício é tão grande que vamos acabar por desistir. Quando perdemos peso por nós, acabamos por arranjar todas as estratégias necessárias para ultrapassar os boicotes.”

Imaginemos que consigo mesmo perder peso: e agora, como é que o mantenho?

“A dieta não tem fim,” defende Teresa Branco. “Se voltarmos aos hábitos anteriores, acabamos por recuperar todo o peso perdido. O ideal será encontrar um ponto de equilíbrio entre o peso que queremos ter e o estilo de vida que conseguimos apreciar.”

O exercício pode e deve contrabalançar alguns excessos alimentares, que só podem ocorrer pontualmente. “Caso sinta que está a perder o controlo da situação, será importante perceber quais as causas que a fazem perder o leme.”

Pedimos a cinco mulheres que nos contassem como fizeram dieta e a Teresa Branco que comentasse cada um dos métodos escolhidos para perder peso. 

A dieta de Cláudia, 44 anos

“Tento não deixar acumular mais de 2 ou 3 quilos e assim que os ganho tomo logo medidas para os perder, não deixar a coisa escalar. Faço refeições normais durante o dia (pequeno almoço, almoço e lanche). Não retiro os hidratos de carbono mas como-os em menos quantidade, e a partir do fim da tarde já não como sólidos: só sopa de legumes sem batata, ou canja, e se ainda tiver fome antes de me deitar como um iogurte. Basicamente, o que eu faço é cortar no açúcar e nos petiscos. Basta-me fazer este regime durante um mês para perder esses dois ou três quilos. Por vezes reforço esta dieta com um daqueles suplementos drenantes e desintoxicantes. E faço step duas vezes por semana.”

A opinião da Teresa Branco

“Esta abordagem parece-me bastante equilibrada. No entanto, só é eficaz para pessoas que tenham facilidade em perder peso. Para pessoas que tenham dificuldade em perder peso, possivelmente isto não é suficiente. Recomendaria à Cláudia mais exercício, de forma a possibilitar uma menor perda de massa muscular, nomeadamente o exercício com pesos adicionais.”

A dieta de Inês, 29 anos

 “Fui acompanhada por um nutricionista, que me fez um plano alimentar. Basicamente, deixei de comer hidratos de carbono, a não ser duas tostas com iogurte ao pequeno almoço. A meio da manhã comia um iogurte e uma peça de fruta, comia proteína (carne ou peixe sem gordura) com legumes ao almoço e ao jantar, com sopa, e ceia de leite magro. Ao princípio custou-me porque vivia de bolachas e chocolate. Também me custou tirar os hidratos de carbono. Fazia hidroginástica duas vezes por semana. Mas agora como sempre assim. Tenho conseguido manter o peso, quase um ano depois de ter começado a dieta. Perdi 15 quilos em seis meses.”

A opinião de Teresa Branco

“A perda de peso da Inês é bastante equilibrada, porque o açúcar não tem qualquer valor nutricional. Mas seria aconselhável acrescentar 2 a 3 peças de fruta, reduzindo o consumo de laticínios. E seria importante que fizesse exercício todos os dias. Nos dias em que não faz hidroginástica deveria fazer 60 minutos de caminhada acelerada e no trabalho fazer 100 passos de hora a hora.“

A dieta de Joana, 34 anos

 “Durante dez dias só bebi seiva de ácer e perdi dez quilos. Ao princípio custou-me imenso, mas senti-me muito mais calma. Depois dos dez dias, introduzi aos poucos os alimentos normais, sopas e grelhados. Não senti fome nem tonturas nem me senti mais fraca. Recuperei tudo ao fim de dois anos, e o problema com esta dieta, acho eu, é que não aprendemos a comer. Mas senti-me mais desintoxicada.”

A opinião de Teresa Branco

“A dieta líquida realizada pela Joana é extremamente desequilibrada. Provoca grandes perdas de água e músculo e promove carências nutricionais. Usualmente, este tipo de abordagens leva a uma recuperação do peso em pouco tempo. Atualmente sabe-se que fazer dietas deste género leva a que o metabolismo se torne mais lento, passando a ser mais difícil perder peso. Este é o tipo de dieta que se deve evitar. Não traz qualquer vantagem, muito pelo contrário, as desvantagens são mais que muitas.”

A dieta de Ana, 58 anos

 “Sei que foi uma loucura, não aconselho a ninguém, e hoje já não conseguia fazê-lo, mas durante três meses só comi um iogurte de manhã e uma salada ao almoço. Tinha imensa fome, foi preciso uma força de vontade quase desumana. Perdi trinta quilos. Quando comecei a comer normalmente, gradualmente tornei a ganhar metade do peso…  Mas em termos de organismo, não senti alterações. Não sinto que engorde agora com mais facilidade: aliás, sempre tive dificuldade em estabilizar o peso, sempre fui iô-iô típica, tenho períodos em que como o que me apetece e engordo dez quilos, e outros em que faço dieta e tiro dez quilos. Nunca mais voltei a fazer esta maluquice…”

A opinião de Teresa Branco

“A Ana escolheu perder peso passando fome… Este tipo de dieta não promove a estabilização do peso a longo prazo, muito pelo contrário, a maioria das pessoas ganha peso no dobro. Julgo que a dificuldade que a Ana sente em estabilizar o peso se prende com o facto de não fazer exercício. Hoje sabe-se que para que haja uma perda de peso significativa e sua manutenção é necessário fazer exercício com alguma intensidade. O exercício de baixa intensidade não promove um dispêndio energético suficiente para que exista uma perda de peso significativa seguida da sua manutenção. Recomendo à Ana que acrescente exercício com alguma intensidade à sua vida e, possivelmente, não voltará a ganhar peso.”

A dieta de Marta, 52 anos

 “A minha dieta foi inspirada num livro de um médico holístico americano e comecei a fazê-la não tanto para perder peso (embora precisasse de o perder) mas mais porque me sentia intoxicada de açúcar com o exagero de chocolate que comia diariamente. Deixei de comer laticínios (só um iogurte natural uma ou duas vezes por semana), trigo, açúcar e comida processada (embora não comesse muita, sou doida por batatas fritas de pacote).

O meu pequeno almoço era fruta e uma mão-cheia de oleaginosas, que ia variando para não me cansar. Curiosamente, embora comesse às 7 da manhã, não tinha fome antes da hora de almoço. Ao almoço comia arroz com, alternadamente ao longo da semana, peixe, ovos, leguminosas e sempre metade do prato verde com um ou dois legumes cozidos ou salteados no wok. Tudo temperado com azeite, sal, ervas aromáticas, alho, pimenta, especiarias. Ao lanche, comia uma fruta fresca e às vezes também uma fatia de pão de outro cereal que não trigo.

Ao jantar, um punhado de frutos secos, ou o tal iogurte natural biológico, e sopa com vários legumes. Passei também a caminhar vigorosamente uma hora por dia (o que é fácil porque não tenho carro, é só sair na paragem anterior do autocarro). Os primeiros dez dias foram chatos: andava ‘enevoada’, cansada… depois, um dia acordei cheia de energia e a sentir-me fantástica! Ao fim de duas semanas pesei-me por curiosidade e tinha menos 3 quilos! Não sentia muita falta do açúcar: às vezes olhava para um quadrado de chocolate mas sentia-me tão bem que achava que não valia a pena estragar tudo. Ao fim de 6 meses tinha perdido 13 quilos. Demorei cinco anos para recuperar dez…  E foi porque a partir daí nunca mais tive qualquer cuidado e deixei de fazer caminhadas…”

A opinião de Teresa Branco

“O plano alimentar que a Marta adotou tinha poucas refeições. Fazia apenas o pequeno almoço, o almoço e o jantar. Possivelmente a Marta acabou por abandonar este plano alimentar porque a partir de determinado momento começou a ter fome. Se este plano estivesse muito bem adaptado, a Marta teria feito este tipo de alimentação para o resto da sua vida, pois seria um prazer. O importante seria que a Marta percebesse por que quis emagrecer, só percebendo as verdadeiras razões que a levam a perder peso é que poderá permanecer motivada para continuar.”

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