‘Zorba, o Grego’, com Anthony Quinn, é uma referência que muitos cinéfilos reconhecerão, sobretudo por umas das sequências do filme, uma enérgica e animada dança que junta o protagonista e o seu jovem amigo ao som de ‘Sirtaki’, do compositor Míkis Theodorakis. Apesar de não ser uma música do folclore tradicional, ela junta elementos rápidos e lentos das danças tradicionais gregas, que são uma parte importante da festa em celebrações como casamentos – e bastante populares, sobretudo entre os homens mais velhos.
Recentemente, investigadores gregos descobriram que também pode melhorar a condição física de pessoas com insuficiência cardíaca crónica. Uma pesquisa, publicada no European Journal of Cardiovascular Nursing e citada pela Sociedade Europeia de Cardiologia, juntou 40 idosos com este problema, cuja média de idades rondava os 73 anos, metade dos quais participou num programa de reabilitação física baseada em danças tradicionais com a duração de 40 a 65 minutos, uma vez por semana. A outra metade manteve os seus hábitos mais sendentários.
Apesar de não existir grande diferença entre os participantes dos dois grupos no início do estudo, três meses depois os investigadores tinham resultados animadores: os dançarinos saltavam mais alto e tinham mais força e resistência muscular nas pernas (cerca de 10% a mais do que os participantes do grupo mais sedentário), além de serem mais rápidos.
“Os nossos estudos mostram que a dança tradicional grega melhorou a força, resistência física e capacidade de salto dos pacientes idosos com insuficiência cardíaca crónica”, diz Zacharias Vordos, especialista em fisiologia do exercício da Universidade Aristóteles de Tessalónica, Grécia. “Os benefícios físicos desta atividade dão mais independência nas rotinas do dia-a-dia como caminhar ou subir escadas. Também ajuda a melhorar a coordenação motora e a reduzir o risco de quedas e lesões. É possível que traga, ainda, benefícios cardiovasculares, como já foi demonstrado anteriormente em programas de reabilitação com aulas de Zumba ao som de música latina. A participação neste programa foi superior a 90%, o que sugere que este tipo de programa de reabilitação cardiovascular pode atrair mais gente do que programas tradicionais.”
Quer venha da Grécia ou de qualquer outra parte do mundo, a dança é, inquestionavelmente, uma atividade saudável e divertida, que aumenta a interação social e tem um ótimo potencial para ajudar a prevenir doenças cardiovasculares. Por isso, toca a mexer!