Quando falamos em retinol e em todas as moléculas da família dos retinóides (retinol, retinal, ácido retinóico e retinil palmitato), falamos em ingredientes muito eficazes na prevenção e correção dos sinais de envelhecimento. São também um bom aliado no tratamento da acne e na melhoria da homogeneidade do tom e da textura da pele. É um todo-o-terreno dos cuidados de pele. Consegue todos estes feitos porque atua promovendo a renovação celular da pele.
Posso usar retinol no verão?
Para infortúnio dos simplistas, a resposta a esta pergunta é a mesma do que para a grande maioria das perguntas generalistas, no que aos cuidados de pele diz respeito. Pode ou não usar retinol no verão? Depende. “Não é contraindicado utilizar retinol no verão”, diz-nos Georgeta Munteanu, fisioterapeuta dermatofuncional, especializada em Cosmetologia Avançada, “mas é necessário ter cuidados acrescidos”.
Começa por nos explicar que “não há evidência que o retinol diminua a dose necessária de radiação para a pele queimar”. Apesar de “não ser, teoricamente, fotossensibilizante”, o retinol pode, efetivamente, ter uma ação sensibilizante na pele, uma vez que aumenta a renovação epidérmica. “A pele escama, renova mais rapidamente, e a camada que vem de baixo pode queimar com mais facilidade.”
Quais são os riscos
Os riscos do uso de retinol no verão dependem essencialmente “da pessoa, do seu estilo de vida, se usa ou não protetor solar e se já usava retinoides”, enumera Georgeta.
Se sabe que não vai ter longos períodos ao sol, se utiliza a quantidade de protetor solar recomendada (2 mg/cm2), se é melhor amiga das sombras e, por si, a temperatura nunca passava dos 22 graus… Pode, sim, continuar a utilizar retinol. Se a sua pele o tolera, não há porque parar. Agora, se aproveita cada minutinho livre para aproveitar todos os raios de sol, o cenário é um bocadinho diferente.
“Se a pessoa vai de férias e sabe que vai apanhar muito sol, aí mais vale não usar”, aconselha a especialista. Quando sabe, de antemão, que vai sujeitar a sua pele a radiação solar intensiva – mesmo com todos os cuidados – a última coisa de que precisa é de a comprometer ainda mais, usando um ativo tão poderoso como o retinol.
“Também depende se a pessoa já esta habituada ao uso de retinol”, acrescenta Georgeta. Nesta última variável há que ter em consideração que se “uma pessoa que nunca usou retinoides e vai começar no verão… Claro que não faz sentido”.
À partida, se o retinol já faz parte da sua rotina, não há uma força maior que proíba a sua utilização, desde que com todas as precauções. Precauções essas que, na verdade, deve considerar, utilizando ou não produtos com retinol.
Quais são os cuidados
O problema no uso do retinol no verão está proporcionalmente ligado com o nível de exposição solar a que a pessoa se sujeita. “Se souber gerir o uso do retinol com a sua vida, está tudo ok”, remata Georgeta. Tendo os princípios da proteção solar em dia – evitando a exposição solar nas horas de maior calor, aplicando uma camada generosa de protetor solar, reaplicando de duas em duas horas no caso se exposição prolongada, fazendo uso de chapéus, venerando as sombras e fugindo de solários -, não terá problemas.
Se tem indicações médicas para interromper a sua utilização, ignore-me redondamente. Em princípio, um dermatologista que a siga vai ter sempre mais legitimidade para a aconselhar do que qualquer outra pessoa.