Os fãs que quiseram ver Madonna no Olympia, em Paris, ficaram desapontados com os magros 45 minutos de concerto a que tiveram direito, na passada quinta feira, 26 de julho. O espetáculo extra fora programado apenas com uma semana de antecedência e esgotou em poucas horas, com grande parte dos lugares ocupados por membros do seu clube de fãs oficial. Um grupo de descontentes exigiu o seu dinheiro de volta (o preço dos bilhetes ia dos 80 aos 280 euros), enquanto outros preferiram vaiar a rainha da pop e gritar insultos como ‘salope’.
Muitos fãs escolheriam expressar a sua revolta nas páginas de Twitter, com comentários como “Quanto custa ver Madonna no Olympia? 6,30 euros por minuto” ou “Madonna 45min/250€ vs Springsteen 3h40/65€ . Qual o melhor negócio?”, numa alusão aos espetáculos, mais generosos em tempo de performance, com que os fãs de Bruce Springsteen foram brindados este verão.
O concerto anterior de Madonna, a 14 de julho, no Stade de France (Paris), já tinha sido motivo de polémica quando a imagem de Marine Le Pen, líder do partido de direita francês Front National, foi exibida no ecrã gigante, associada a uma suástica. Marine Le Pen apresentou queixa contra Madonna.
Este incidente foi, aliás, motivo de um discurso da cantora durante o espetáculo do Olympia: “Sei que irritei uma certa Marine Le Pen. Não é minha intenção fazer inimigos. A minha intenção é promover a tolerância. E quando começamos a dizer que temos que nos ver livres desta pessoa ou daquele grupo, porque isso será melhor para a nossa terra, começa a soar a outra coisa, qualquer coisa assustadora. Por isso, da próxima vez que quiserem apontar o dedo alguém para o culparem por algo de errado nas vossas vidas, apontem-no a vós próprios.” A cantora lembrou ainda como a França sempre foi um país conhecido pela tolerância e generosidade, que acolhia e aclamava artistas como Charlie Parker ou Josephine Baker, quando os artistas afro-americanos eram discriminados no seu próprio país.
Mas as polémicas não começaram em terras gaulesas. No show de Tel Aviv, a 31 de maio, foi criticada pelo excesso de armas usadas como adereços durante as coreografias, e pelas imagens de sangue e suásticas projetadas no ecrã gigante. E a 17 de julho, no Hyde Park de Londres, assistiu-se a uma debandada de público antes do final do espetáculo. Os fãs culparam as más condições de som, o mau tempo, um alinhamento com poucos êxitos e incapaz de cativar os fãs.
A crítica e alguns fãs têm também sido duros com a prestação vocal da rainha da pop, que acusam de não estar na sua melhor forma.
A tournée europeia MDNA termina a 21 de agosto, em Nice, França e segue para os EUA.