Linda Evangelista mostrou-se depois de ter revelado que ficou desfigurada devido a um tratamento estético. A modelo de 56 anos deu uma entrevista à revista “People” e foi o centro de uma produção onde revelou o corpo. “Estou cansada de me esconder”, afirmou, dando o mote para a conversa na qual fala sobre o que lhe aconteceu.
A viver em reclusão durante quase cnco anos, Linda Evangelista diz que tem vivido com grandes dores físicas e emocionais. A antiga supermodelo está a sobre as consequ~encia de tratamentos de criolipólise, um procedimento que promete eliminar gordura localizada através do congelamento, o que acabou por lhe desenvolver uma hiperplasia adiposa paradoxal (HAP), que provoca um inchaço nas áreas tratadas. Garante que o tratamento a deixou “deformada de forma permanente” e “brutalmente desfigurada”.
Em setembro, apresentou um processo contra a empresa onde fez o procedimento, a Zeltiq Aesthetics Inc, exigindo 50 milhões de dólares, cerca de 43 milhões de euros, por danos. Alega que ficou sem conseguir trabalhar depois de sete sessões, realizadas entre agosto de 2015 e fevereiro de 2016.
“Adorava estar nas passadeiras. Agora tenho medo de que as pessoas me vejam”, disse na entrevista à “People”. “Não posso continuar a viver assim, escondida e envergonhada. Não posso continuar a viver nesta dor. Finalmente consigo falar”.
A ex-modelo conta que, inicialmente, não associou as mudanças do corpo aos procedimentos. Começou a fazer cada vez mais exercício e a seguir dietas ainda mais rigorosas, mas o seu estado não melhorava. Pelo contrário. “Estava a entrar em desespero”, confessa. Consultou então um médico, que diagnosticou a hiperplasia adiposa paradoxal (HAP) e explicou qual era a fonte do problema: os procedimentos que tinha feito. “Ele disse-me que nenhum treino ou dieta iria ser a solução para isto”. HAP é um efeito secundário da criolipólise que afeta cerca de 1% das pessoas.
A modelo conta que, quando o diagnóstico foi feito, a clínica ofereceu-se para pagar uma lipoaspiração. Contudo, na véspera deste procedimento, Linda Evangelista foi contactada e avisada que tal só seria feito depois de ela assinar um acordo de confidencialidade. Recusou-se a fazê-lo. Fez as intervenções, mas do próprio bolso.
As duas lipoaspirações a que se submeteu, pagando ela própria os custos, não foram a solução. Em 2017 a HAP estava de volta. “Não melhorou nem um bocadinho. “As protuberâncias são salientes E são duras. Se andar sem cinto num vestido, vou ter escoriações ao ponto de quase sangrar. Porque não é como esfregar a gordura macia, é como esfregar a gordura dura.” Acrescenta ainda que se vê impossibilitada de andar com os braços descansados ao lado do tronco. “Não me olho ao espelho. Não parece que é o meu reflexo”, admite.
Linda Evangelista pretende tornar a sua história pública também como método para recuperar a confiança e autoestima. “Sabia que ia envelhecer, que o meu corpo ia passar por uma transformação, mas nunca que iria ficar assim”. A modelo acredita que partilhar o trauma lhe trará conforto e aceitação, além de servir de apoio a outras pessoas que estejam a passar por situações semelhantes.