Estrearam ontem, dia 15, os últimos três episódios do documentário “Harry e Meghan” e o que deles ressalta são as feridas abertas que marcam hoje a relação de William e Harry. São muitas as acusações que o duque faz ao irmão e o grande ponto de viragem parece ter acontecido na viagem que Harry e Meghan fizeram à Austrália, logo a seguir ao seu casamento. Tudo porque, dizem, a sua popularidade enquanto casal escalou, o que ofuscou William e Kate.
“Quando alguém que entra para a família, e deve assumir um papel secundário, começa a roubar os holofotes, ou faz um trabalho melhor do que a pessoa que nasceu para o fazer, incomoda, desequilibra a ordem natural das coisas”, admite Harry. Neste sentido, e para que a dinâmica do poder não fosse destabilizada, terá havido uma ação concertada para tornar os duques de Sussex irrelevantes.
Este objetivo, segundo os próprios, foi levado a cabo pela narrativa criada na imprensa britânica que, de um momento para o outro, começou a atacar Meghan. Na verdade, é possível ver no documentário a comparação de notícias entre Meghan e Kate e a diferença de tratamento que os tablóides ingleses davam a cada uma, em temas muito semelhantes.
De acordo com as explicações de Harry, cada equipa de comunicação dentro da casa real dá histórias sobre outros membros à imprensa, para fazer desaparecer uma notícia relacionada com o membro da realeza com que trabalham. E foi assim que começaram a surgir nos meios de comunicação ingleses as mais variadas histórias sobre a duquesa de Sussex.“Fiz tudo para que eles se orgulhassem e para fazer parte da família. Depois, a bolha rebentou. Percebi que não estava só a ser lançada aos lobos, estavam a usar-me para os alimentar”, constata Meghan.
William e Harry terão feito uma promessa um ao outro sobre como não iam deixar que os seus gabinetes de comunicação perpetuassem esta forma de agir. Contudo, essa promessa terá sido quebrada. “Ver como a equipa de comunicação do meu irmão fazia exatamente o que prometemos não fazer partiu-me o coração”, assumiu o duque. Na verdade, Harry garante que o palácio nunca esteve disposto a proteger a mulher nesta guerra mediática, mas que prontamente mentiu pelo irmão, para manter a imagem dele intacta.
A decisão de Harry e Meghan renunciarem aos seus papéis dentro da família real foi tomada pelo duque, depois de vários planos privados sobre aquilo que seria o futuro do casal terem vindo a público. Na reunião que Harry teve com o pai, o rei Carlos III, com William e com a rainha Isabel II, após o anúncio do seu afastamento, os ânimos exaltaram-se. “Foi assustador assistir ao meu irmão a gritar comigo, o meu pai a dizer mentiras e a minha avó ali sentada sem dizer nada e a processar tudo. Acho que da perspetiva deles, tinham que acreditar que era mais sobre nós e os problemas que tínhamos e não sobre os parceiros deles, os media, eles próprios e aquela relação que estava a ser tão dolorosa para nós. Eles viram o que queriam ver. A parte mais triste foi a divisão que isto criou entre mim e o meu irmão ao ponto dele estar do lado da instituição. E eu percebo, em parte. É a herança dele”, afirma.