Pela primeira vez, Harry fala sem qualquer tipo de censura ou limitações sobre o acontecimento mais traumático da sua vida: a morte da mãe, a princesa Diana, a 31 de agosto de 1997. As memórias de tudo o que viveu nesta altura constam da sua tão aguardada autobiografia, que é lançada no próximo dia dez. É lá que, segundo a Hola, Harry recorda o verão que estava a ser o mais feliz da sua vida, por ter passado férias com Diana e William na Costa Azul francesa, onde a alegria imperou sempre. Foi nesta altura, conta o duque de Sussex, que a princesa Diana lhes apresentou um amigo seu, subentendendo-se ser Dodi Al Fayed, namorado da princesa que morreu com ela no acidente de carro, num túnel em Paris.
Depois destas férias, Harry e William rumaram a Balmoral, onde iam passar duas semanas, naquele que o duque de Sussex considera ser “o sítio mais feliz do mundo”. Contudo, essa paz e felicidade desmoronou-se quando o pai, o rei Carlos III, se sentou ao pé da sua cama, durante a noite e, referindo-se a ele como “querido filho”, lhe disse que Diana tinha sofrido um acidente e que não tinha recuperado dos ferimentos, apesar de tudo ter sido feito nesse sentido. Depois de ter dito isto, o monarca não abraçou o filho, nem o confortou. “O meu pai não me abraçou. Não tinha grande à-vontade em expressar as suas emoções em circunstâncias normais. Pousou a mão no meu joelho e disse: ‘Vai tudo ficar bem'”, explica.
Naquela noite, Harry não chorou, não falou com ninguém e ninguém foi ao seu quarto ver como estava. Passou a noite sozinho e, no dia seguinte, continuou as suas rotinas em Balmoral acreditando que a mãe não tinha morrido, que nada lhe tinha acontecido, que ela tinha desaparecido para poder ser feliz e que lhe iria ligar a qualquer momento. Uma ideia que manteve consigo até ser adulto. Hoje entende que esta crença que desenvolveu foi um mecanismo de defesa para se proteger da dor.
Nos dias seguintes, nem Harry nem William saíram de Balmoral. Mas o duque recorda-se do pai ir a Paris acompanhar a trasladação do corpo de Diana, juntamente com as suas tias maternas, Jane e Sarah. Quando regressaram de França, Sarah entregou a William e a Harry duas caixas azuis com uma madeixa de cabelo de Diana.
Alguns dias depois das cerimónias fúnebres, Harry celebrou os seus 13 anos, sendo o primeiro aniversário que passou sem a mãe. Contudo, recebeu, das mãos da sua tia Sarah, o presente que a princesa Diana lhe tinha comprado em Paris: uma XBOX.