Recentemente, os meios de comunicação dos Estados Unidos têm especulado sobre o impacto inflacionista dos concertos de uma das maiores estrelas pop do mundo, Taylor Swift. Os concertos da artista, que atraem milhares de fãs, já foram responsáveis por aumentos drásticos nos preços de hotéis, da alimentação e atá dos combustíveis nas cidades onde atuou.
No entanto, a cantora poderá ter um impacto ainda maior na economia americana e mundial, caso decida responder aos pedidos de líderes mundiais para apelar ao voto da população mais jovem nas eleições americanas e para o Parlamento Europeu.
A influência de Taylor Swift sobre os seus fãs poderá ditar o resultado de eleições? Ou será o seu poder de persuasão limitado, tendo em conta uma sociedade cada vez mais indecisa?
Quem poderá sair a ganhar com os apelos de Taylor Swift?
A potencial influência de Taylor Swift tem sido alvo de análise, nomeadamente junto dos eleitores Democratas, devido à aproximação das eleições norte-americanas. Este apoio poderá ser vital para o partido de Joe Biden, uma vez que a cantora já admitiu em público a sua preferência pelo partido Democrata, tendo até apoiado a candidatura de Biden nas eleições de 2020 e apelado aos eleitores para votarem nas eleições primárias realizadas a 5 de março.
A influência da artista poderá ainda estender-se a uma maior fatia do eleitorado jovem masculino, caso Travis Kelce, namorado da cantora e conhecido jogador da liga de futebol norte-americano, se juntar aos esforços de Swift e apoiar a candidatura de Joe Biden.
Já os apoiantes de Donald Trump, habitualmente inseridos em comunidades mais pequenas e residentes em espaços rurais, não deverão ser tão afetados pela influência da artista pop. Ainda assim, o simples apelo de Taylor Swift deverá levar também uma parte do eleitorado republicano a dirigir-se às urnas, como já aconteceu anteriormente, incluindo nas últimas eleições norte-americanas.
Para perceber melhor a capacidade de influência de Taylor Swift, é interessante analisar as estatísticas mais recentes publicadas pela empresa de estudos de opinião, YouGov para o jornal espanhol El País, que indica que cerca de um terço dos cidadãos norte-americanos admitem que gostam da música produzida por Taylor Swift e 6% consideram-se “fãs devotos”. Já 19% dos fãs dizem mesmo que votariam na cantora caso ela se candidatasse às eleições presidenciais. Este estudo revela ainda que os Democratas são os principais fãs da artista (49%), apresentando números muito superiores aos dos Republicanos (26%) ou dos Independentes (21%).
Qual a verdadeira relevância de um potencial apoio de Taylor Swift?
Os últimos dados da Ipsos para a Reuters indicam que Joe Biden é o favorito para permanecer na Casa Branca num embate direto com Donald Trump, liderando a corrida por apenas 1%. Apesar de estar à frente pela margem mínima, este não deixa de ser um resultado surpreendente para Biden, numa altura em que uma cada vez maior proporção da população norte-americana está insatisfeita com as políticas adotadas pelo executivo de Biden, algo que foi traduzido pela derrota dos Democratas nas chamadas “midterm elections”.
Também é importante notar que, na resposta à mesma sondagem, 12% dos eleitores dizem estar indecisos sobre em quem votar e 11% afirmou planear votar em candidatos independentes.
Estes números sublinham a importância dos apelos de Taylor Swift, que poderão ser cruciais não só para levar mais jovens às urnas, mas também para convencer os eleitores mais indecisos a manterem o voto de confiança no atual Presidente dos EUA.
REcorde-se que é já nos dias 24 e 25 que Taylor Swift vai fazer os fãs portugueses viajar pelas suas eras em dois concertos no Estádio da Luz, em Lisboa.